PANDEMIA

Mansueto Almeida prevê déficit primário de R$ 500 bilhões no decorrer deste ano

Por Marcelo - Em 07/04/2020 às 11:57 AM

Foi realizada na manhã desta terça-feira (7) a live “E agora Brasil?”, com a participação do secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, além da empresária Luiza Helena Trajano (Magazine Luiza) e a consultora econômica Zeina Latif, com mediação dos jornalistas Miriam Leitão e Cristiano Romero. E o representante do Governo Federal admitiu que, este ano, o déficit primário deve ficar em torno de R$ 500 bilhões.

Realizado pelos jornais O Globo e Valor, com apoio da CNC e das Fecomércios de todo o País, além do Sesc e do Senac, o evento online abordou as ações do Governo Federal e das empresas para enfrentar a expansão do coronavírus em todo o Brasil e seus impactos na economia.

Mansueto Almeida diz que é preciso cautela                                    Foto: Divulgação

Mansueto explicou que a dificuldade de entrega de algumas ações adotadas pelo Governo Federal são em decorrência de amarras constitucionais. “Recursos para a saúde a gente consegue entregar rapidamente, mas na área econômica existem termos que precisam ser assinados, detalhes a serem debatidos, há os órgãos de controle, pois é necessário muito cuidado com o dinheiro público”, destacou.

E lembrou não acreditar que o Brasil e outros países do Ocidente erraram no início dos casos de coronavírus, pois todos foram surpreendidos pela velocidade com que a pandemia se espalhou pelo mundo. “Há três ou quatro meses ninguém imaginava uma situação dessas, com as pessoas em casa, com medo de um inimigo invisível. Este ano deveremos ter um déficit primário de uns R$ 500 bilhões, envolvendo a União, estados e municípios. Precisamos ter um posicionamento cauteloso”, disse Mansueto Almeida.

Luiza Helena Trajano diz que o momento requer a união de todos

Já a presidente do Conselho de Administração do Magazine Luiza ressaltou que não adiante mais discutir as questões de isolamento social, que já foi adotada na maioria dos estados. E que, agora, é preciso traçar estratégias para evitar a expansão do Covid-19 no País, mas, ao mesmo tempo, evitar as bandeiras políticas e haver uma união de todos para enfrentar esta situação inesperada.

“É um novo momento inesperado, no qual a gente vai ter que ter muita cautela, muito cuidado e muita união neste momento, pois a digitalização veio para todos, em poucos dias e que vai trazer impactos em todos os segmentos. Acho que as medidas foram adequadas, mas a ajuda emergencial tem de chegar na ponta, nos empregados, pois estamos tentando não demitir. E novas medidas devem ser adotadas pelo Governo”, disse Luiza Helena.

Já a consultora Zeina Latif lembrou que as políticas públicas vão ser fortemente impactadas, uma vez que existe milhões de pessoas na informalidade, o que dificulta a tomada de decisões pelo Governo Federal. E sua preocupação maior é com o setor industrial.

“Os países do ocidente erraram ao não tomarem decisões rápidas. Mas o Brasil errou mais, o que dificulta definição de estratégias para combater a disseminação da pandemia. A lentidão atrapalhou as decisões na área da saúde, assim como a politização dos sistemas”, afirmou Zeina.

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