O governador Camilo Santana e o prefeito Roberto Cláudio afirmaram na noite desta sexta-feira (1), que pretendem abrir mais 100 leitos de UTI até o final da próxima semana em Fortaleza e que este momento não é de flexibilização, devido aos números apresentados pelos especialistas em saúde pública. Medidas mais duras de enfrentamento ao coronavírus poderão ser adotadas nos próximos dias, inclusive a possibilidade de lockdown estará em discussão nos próximos dias.

Camilo garantiu que as equipes das esferas de poder estadual e municipal estarão reunidas neste fim de semana para ver quais serão estas medidas, pois dos 184 municípios cearenses, em 149 já houve casos registrados e, inclusive, óbitos. Fortaleza é o epicentro, mas a doença tem se espalhado pelo interior do Estado. O Ceará já tem 8.000 casos registrados e 539 mortes, enquanto Fortaleza concentra 6.089 registros e 413 óbitos até a tarde de hoje.

Camilo e Roberto Cláudio destacaram a expansão da pandemia em Fortaleza                    Foto: Carlos Gibaja/ Governo do Ceará

Camilo afirmou que tem mantido um diálogo constante com representantes de todos os setores da sociedade, a fim de combater um inimigo comum, que é o vírus. “Desde o início temos tido uma preocupação com o setor produtivo do Ceará, bem como das pessoas mais vulneráveis do Estado. Qualquer medida que iremos adotar seguirão as orientações das autoridades de saúde pública, pois temos verificado o crescimento dos casos confirmados, principalmente na Capital e também dos óbitos”, disse.

Ressaltou que a velocidade de expansão da doença está preocupando as autoridades e saturando o sistema de saúde pública da Capital “Ainda estamos avaliando que medidas o Governo e a Prefeitura vão tomar para endurecer as medidas de restrição em nosso Estado. É preciso consciência de todos e não vamos medir ações mais restritivas que precisaremos adotar para garantir que o isolamento social seja cumprido, para reduzir o fluxo viral, principalmente em Fortaleza”, salientou Camilo Santana.

Já o prefeito de Fortaleza destacou a necessidade de conscientização de todos, a fim de frear a disseminação do vírus na Capital. “Muitas pessoas só se conscientizaram da importância do isolamento social foi quando a morte bateu à sua porta, na casa de um vizinho, um amigo. Nosso apelo é para que cada um de nós seja um agente de saúde, para garantir o cumprimento das determinações de isolamento social”.

Ele destacou que, nesse momento, há uma disseminação generalizada da doença, numa velocidade elevada, que tem lotado os equipamentos de saúde que existem na capital cearense, principalmente as UPAs, inclusive de pessoas com casos graves, com necessidade de atendimento mais intensivo. “A Prefeitura de Fortaleza e o Governo do Ceará abriram, nos últimos 40 dias, mais de 1.500 leitos em Fortaleza, muitos deles de UTI. Mas a população precisa entender que o tempo de abertura de leitos é muito menor que a velocidade de disseminação da doença”, ressaltou Roberto Cláudio.

O titular da Sesa, Dr. Cabeto, destacou que vai ampliar a testagem na capital cearense, juntamente com a Prefeitura de Fortaleza e realizar uma pesquisa viral direta, para que seja possível fazer um mapeamento mais efetivo e responsável sobre o avanço da doença.

A secretária municipal de Saúde, Joana Maciel, também esteve na coletiva e disse que o reforço nas unidades hospitalares já recebeu mais de 160 médicos para participar do combate à pandemia, novos equipamentos, para garantir um atendimento mais rápido à população.

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