PERFORMANCE EXPRESSIVA
Lauro Chaves destaca participação da indústria na expansão da economia do Ceará durante a retomada das atividades
Por Marcelo - Em 18/12/2020 às 6:49 PM
O setor industrial teve participação significativa no desempenho do PIB cearense, que na análise do terceiro trimestre sobre o segundo foi muito animadora para a economia do Ceará. Enquanto a brasileira cresceu 7,7% no período, a do Ceará teve expansão de 16,7% na mesma base de comparação.
“Isso nos dá uma expectativa de 4% a 4,2% de queda do PIB no Estado, enquanto o nacional deve encerrar o ano entre 4,5% e 5%. Ao mesmo tempo que, quando pegamos a projeção para 2021, a expectativa de crescimento do PIB cearense é maior que a do Brasil, pois deveremos crescer 4% e o nacional 3%”, explicou Lauro Chaves Neto, assessor Econômico da FIEC e conselheiro do Cofecon.
Ele ressaltou que os números são muito animadores, o que pode levar o setor produtivo a rever seus investimentos, mas tudo vai depender do comportamento da pandemia nos próximos meses. “Se conseguirmos um controle, uma imunização, que as empresas possam trabalhar normalmente, poderemos atingir essas previsão. Entretanto, se houver um retorno forte da pandemia, os números deverão ser revisados para baixo”, salientou.
Performance
No terceiro trimestre deste ano, frente ao segundo, a indústria cearense foi o grande destaque, pois cresceu 41,57%, enquanto comércio e serviços expandiram 12,49%, e a agropecuária teve queda de 2%. Esse desempenho da indústria cearense é um pouco menos que três vezes o alcançado pelo setor no Brasil, que foi de 14,8%.
“Isso mostra a seriedade dos industriais cearenses, que seguiram os protocolos para evitar a contaminação de seus colaboradores, a liderança da FIEC que animou o setor para que a retomada das atividades fosse paulatina. Mas ainda existem alguns problemas de logística e matérias primas para alguns segmentos”, salientou.
Apesar do cenário animador, existe uma grande preocupação, que é o fim do auxílio emergencial a partir deste mês de dezembro, pois houve um reforço grande da demanda, principalmente pelos mais vulneráveis, com o recurso. E isso ajudou significativamente os setores do comércio e da indústria, principalmente nas periferias das grandes cidades e nas cidades menores.
“Vale ressaltar que 60 milhões de pessoas receberam o auxílio, cerca de um terço da população, que consumiu um volume de recursos da ordem de R$ 320 bilhões. Com o fim desse auxílio, é preciso que o Congresso Nacional discuta a criação de um programa de renda mínima e como ele pode ser financiado”, disse o economista.
Para finalizar, ressaltou que as medidas provisórias assinadas ontem pelo presidente Jair Bolsonaro, em Porto Seguro, são uma demanda antiga do setor produtivo do Norte e Nordeste, que foi capitaneada pela FIEC, iniciando pelo ex-presidente Beto Studart e teve continuidade com o Ricardo Cavalcante.
“Na linha de frente desse trabalho houve a liderança do vice-presidente da FIEC Carlos Prado, tendo ao seu lado o economista Firmo de Castro, um dos maiores especialistas do Brasil no assunto, que inclusive quando era deputado constituinte, liderou a criação do FNE”, disse o assessor Econômico da FIEC.
E tais medidas permitirão que várias empresas do Norte, Nordeste e Centro-Oeste façam uma repactuação de suas dívidas com taxas justas. “Pois as aplicadas desde a origem dos financiamentos inviabilizavam o seu pagamento, Isso vai disponibilizar nova capacidade de crédito para as empresas, o que pode dinamizar a economia como um todo”, destacou Lauro Chaves Neto.