ESTRATEGIAS FINANCEIRAS
Estudo do Ibracon revela que 73% das empresas que integram o IBrX 50 da B3 sofreram impactos devido à pandemia
Por Marcelo - Em 30/12/2020 às 11:26 AM
O Instituto dos Auditores Independentes do Brasil realizou o levantamento do Índice IBrX 50, avaliando as informações trimestrais (ITR) emitidas pelas empresas listadas na B3. A análise foi feita com base nas ITRs do segundo trimestre, fechadas em 30 de junho. De acordo com o levantamento, das 48 companhias do índice, cerca de 73% declararam que tiveram impactos financeiros devido à pandemia de Covid-19 e tiveram de adotar estratégias específicas para equilibrar os negócios.
“No primeiro levantamento que fizemos, ainda não havia muita clareza dos impactos da pandemia nas informações financeiras que seriam emitidas. A orientação dos reguladores nacionais e internacionais era para que as empresas incluíssem essas informações nas ITRs, mas observamos em nosso estudo que elas foram apresentadas de forma genérica. Agora, nessa segunda avaliação, lendo as notas explicativas sobre a Covid-19, temos uma melhor noção de como as companhias foram impactadas”, explicou Francisco Sant’Anna, presidente do Ibracon.
Além dos impactos financeiros, das 48 empresas listadas, 23 também declararam que tiveram impairment, que é quando há deterioração de ativos, das quais 38% afirmaram ter reconhecido impairment de ativos financeiros, ou seja, o valor que a companhia tem para receber de terceiros, mas que acredita que não receberá.
“A presença do impairment nas informações trimestrais pode indicar que as companhias estão sentindo ou esperando problemas com a economia do País”, destacou Sant’Anna. “As companhias sinalizam dificuldades no momento em que começam a registrar deterioração de seus ativos, o que as obriga a procurar outras formas de manter a liquidez e as operações”, esclareceu.
Adriana Caetano, gerente técnica do Ibracon, diz que essa preocupação com a liquidez também ficou evidente no levantamento. Das 48 companhias listadas no Índice IBrX 50 da B3, mais da metade (52%) declararam que captaram empréstimos e emitiram debêntures, além de renegociar pagamentos e dívidas.
As ITRs também trouxeram comentários sobre como as organizações estão cuidando dos seus colaboradores, impactos da adoção do expediente prático da norma de arrendamentos (a IFRS 16, que trata sobre contratos de locações em geral) e assuntos relativos a derivativos, valor justo de instrumentos financeiros, perda cambial, continuidade, covenants, hedge, despesa com sanitização/segurança e doações, realização dos impostos diferidos e postergação do pagamento de impostos e dividendos.