ENTREVISTA AO 2GOIN
Mauro Filho afirma que ajuste fiscal deve ser voltado para a capacidade de investir
Por Marcelo - Em 19/07/2021 às 12:09 PM
O secretário do Planejamento e Gestão do Ceará, Mauro Filho, falou sobre a economia no Brasil durante entrevista ao Canal 2GoIN desta segunda-feira (19), afirmando que há um erro de estratégia no comando da economia brasileira, pois ajuste fiscal não é um fim em si mesmo, o corte de despesas, sem uma justificativa plausível.
“Ajuste fiscal é você dotar o Estado – estou falando município, estado e União -, que têm de ter condições financeiras para atender às demandas da população, como educação de qualidade, saúde, segurança pública, infraestrutura. O foco de um ajuste fiscal no País tem de ser voltado para a capacidade de investir”, afirmou o titular da Seplag.
E destacou que trabalhando em duas gestões consecutivas – Cid Gomes e Camilo Santana – na Secretaria da Fazenda, o Ceará se transformou no Estado em maior volume de investimentos do Brasil. “E para quem gosta de números, em 2010 o Brasil chegou a investir R$ 100 bilhões. A previsão para este ano é de R$ 38 bilhões, um corte muito grande”, disse.
Sobre o aumento dos juros, que vem ocorrendo nos últimos meses e já se prevê uma Selic de 6,5%, ele ressaltou que o Governo Federal diz que não tem como ampliar o auxílio emergencial, que teve uma redução drástica de R$ 44 bilhões, enquanto no ano passado foi de R$ 293 bilhões.
“Mas vai aumentar de 2% para 6,5% a taxa de juros, o que significa 4,5 pontos percentuais ao ano, a dívida pública brasileira, que hoje é de R$ 6,5 trilhões. Isso representa R$ 260 bilhões. Então, não posso ampliar o auxílio emergencial, mas posso aumentar seis vezes o auxílio emergencial para poder pagar os rentistas que vivem desse rendimento financeiro. Qual é a lógica?”, questionou Mauro Filho.
Falou também aos jornalistas Pompeu Vasconcelos e Marcos Gomide, sobre alíquota de Imposto de Renda, distribuição de dividendos, PIB, retorno da CPMF, agora chamado de Imposto sobre Transações Financeiras, relações comerciais internacionais, entre outros assuntos que envolvem a economia nacional.
Assista a entrevista na íntegra: