Uma nova operação de M&A deve movimentar o mercado varejista de shopping centers brasileiro, caso o processo de fusão proposto pela Aliansce Sonae à BR Malls seja aprovado. Afinal, em caso positivo, acabará criando uma gigante do setor com 69 empreendimentos em todo o País e R$ 38,5 bilhões em vendas de seus lojistas.

De acordo com o Brazil Journal, essa movimentação financeira representa mais que o dobro das vendas da Multiplan ou da Iguatemi, que aparecem na sequência no ranking nacional. Além disso, registraria um Ebitda de R$ 2 bilhões no fim do segundo ano de operação, capturando cerca de R$ 160 milhões em sinergias.

Aliansce Sonae fez a proposta para ampliar o overlap geográfico                      Foto: Divulgação

Segundo a proposta da Aliansce, os acionistas da BR Malls vão receber um total de R$ 1,35 bilhão – o que representa R$ 1,70 por ação e equivale a 20% do valor atual de mercado da companhia – ficando com 50% da nova a ser criada, que será o maior player do setor de shoppings da América Latina. E ainda dará um prêmio de 13% sobre o múltiplo da Aliansce aos acionistas da BR Malls.

Em sua proposta, a Aliansce ressaltou que a pandemia de Covid-19 demonstrou o quão importante é a operação em escala do setor de shopping centers, e que as duas empresas trabalham de maneira muito semelhante, porém com pouco overlap geográfico.

Destacou, ainda, que esta operação consolidará a nova empresa e terá um efeito de defesa num momento em que a expansão do setor de e-commerce avança a passos largos, na casa de dois dígitos. Tanto que o GMV da companhia combinada será muito grande, mas ainda assim menor que players como Mercado Livre e Magazine Luiza.

De acordo com um especialista do mercado financeiro, a proposta de operação de M&A acontece também numa época em que as ações de shoppings estão sendo negociadas nos múltiplos mais baixos dos últimos anos. A Aliansce Sonae está sendo assessorada pelo BTG Pactual, enquanto a BR Malls recebe a assessoria do Itaú BBA.