Vem fevereiro
Sem carnaval, com recuperação?
Por Admin - Em 31/01/2022 às 1:06 PM
Alguma retomada há de ter…
Chega o Natal e janeiro não acaba! A boa notícia é: o primeiro mês de 2022, com seus intermináveis 31 dias, finalmente vai embora hoje. Para alegria de muita gente que já nem acreditava que o novo mês traria o reabastecimento de contas com salários, pro-labores, bônus, remunerações dos investimentos… Enfim, Carnaval? Não! Nesse fevereiro não vai dar. Mas algum movimento há de ter. Depois de dois anos de estagnação, preços e juros em alta, encolhimento na produção do País, desemprego em dois dígitos, qualquer novo período carrega a esperança de que a retomada surgirá. Prognósticos não faltam. E se a economia reage a estímulos, que eles venham! O Fundo Monetário Internacional (FMI) estima que o desempenho econômico será positivo em 4,9% este ano. Já o Banco Mundial (Bird) prevê alta de 4,3% em 2022. De acordo com as projeções das duas instituições, o crescimento entre os países deve ser desigual. Em alguns lugares, o percentual da população vacinada ainda é muito baixo, especialmente nos países mais pobres. E este fator é fundamental para determinar o ritmo e a própria existência de uma recuperação dos mercados financeiros e do setor produtivo. A conferir. Com fé.
Reorganizando o mundo!
Períodos de crise são geralmente sucedidos por alguma reorganização no campo da macroeconomia. Desde as cadeias produtivas até as relações de comércio exterior. Ricardo Sennes, da consultoria Prospectiva, lembra que a economia mundial está passando por uma espécie de acomodação de placas depois de um terremoto. Segundo ele, mudanças conjunturais estão em andamento, motivadas pela pandemia. Outras, de natureza estrutural, vão possibilitar rearranjar cadeias produtivas. Porém, este novo cenário em construção não beneficia o Brasil em sua plenitude. Sennes explica: “O desenvolvimento de novas tecnologias está provocando um deslocamento econômico no qual o Brasil e a América Latina, como um todo, perdem em competitividade. E nós não desenvolvemos um modelo para o novo ciclo tecnológico”.
Aposta é a exportação.
Por outro lado, quando o foco é a economia internacional, analistas veem Estados Unidos e China cotados para alcançar expansão maior que 5% em 2022. Os dois são os maiores parceiros comerciais do Brasil. Na União Europeia, o crescimento médio esperado é de 4,3%. O gerente de Integração Internacional da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Fabrizio Sardelli Panzini, avalia então que esse cenário pode favorecer o Brasil. “Em geral, além da pauta industrial, temos um mundo que pode ter demanda maior por produtos brasileiros”, prevê. Não é de agora esse aumento na demanda. De janeiro a setembro do ano passado, a corrente brasileira de bens de comércio exterior (soma de exportações e importações) chegou a US$ 370,6 bilhões. Foi a maior dos últimos cinco anos. Houve crescimento generalizado dos fluxos em relação ao mesmo período de 2020, refletindo a recuperação do comércio internacional em relação aos impactos econômicos da pandemia, comenta Panzini.
Step by step.
A SulAmérica Investimentos também tem sua projeção pronta e, nela, está uma gradual retomada pós-pandemia. Apesar das incertezas e do receio de recuos motivados por variantes do vírus. Segundo os analistas da seguradora, a atividade econômica global segue demonstrando “recuperação robusta” por conta ainda dos efeitos dos estímulos monetários e fiscais adotados em 2021. A reabertura da economia propiciada pela vacinação maciça da população já reflete na normalização do setor de serviços em várias regiões. O consumo, por sua vez, avança, dando sustentação ao crescimento, graças à renda familiar fortalecida pela poupança acumulada durante a pandemia e pela recuperação dos ganhos salariais com fortalecimento do mercado de trabalho, principalmente nas economias avançadas.
Apoio do Estado Inteligente.
A discussão sobre a presença – e o tamanho – do Estado na indução da economia teve um round decisivo em 2021. As grandes economias apostaram na liquidez por meio de transferência de renda e no suporte fiscal, dados ao mercado para que fosse possível sair da crise. São as medidas anticíclicas. Para superar uma crise, indução econômica. Estado Grande? Não. Estado inteligente. Independente de suas ideologias e modos de produção, Estados Unidos e China adotaram exatamente a mesma cartilha econômica. Ela foi necessária, apesar do tremendo questionamento que provoca. Quando não há movimento, é preciso induzi-lo. Feito! Muita presença ainda será necessária porque, esse, é um ano de grandes desafios. Da pressão inflacionária, às readequações da cadeia produtiva, passando pelo prolongamento dos efeitos de uma reabertura das economias com muita gente ainda sem a devida imunização – leia-se vacina! Apesar de tudo e em função do exposto, que fevereiro chegue com retomada econômica e muita saúde.