REFLEXOS DA GUERRA
Marcelo Maranhão afirma que a alta do petróleo obriga o reajuste dos fretes
Por Marcelo - Em 11/03/2022 às 5:17 PM
A invasão da Ucrânia pelas tropas russas gerou uma forte reação internacional, de embargo comercial a produtos oriundos da Rússia, inclusive o petróleo, está gerando uma alta desenfreada nos preços dessa importante commodity no mercado internacional. Já existia uma defasagem em relação ao preço dos combustíveis brasileiros. Com a guerra no Leste da Europa e a elevação do preço do barril do petróleo Brent, a Petrobras aumentou seus preços nas refinarias.
Segundo o presidente em exercício do Setcarce e diretor da Fetranslog Nordeste, Marcelo Maranhão, isto é algo pontual. “O petróleo varia muito. É difícil até fazer uma composição de custos, tem uma volatilidade muito grande. O certo é que neste momento, em caráter emergencial, as empresas de transportes precisam reajustar seus fretes”, afirmou.
Citou como exemplo um caminhoneiro que pegou uma carga em São Paulo para trazer para Fortaleza, com o preço do frete ajustado antes da alta do diesel e percorreu mil quilômetros, ou um terço do trecho. Neste momento houve a alta nos postos. Então, ele não vai conseguir completar a viagem, pois o gasto com o combustível, que representa mais de 50% do custo do frete, inviabilizaria qualquer ganho.
Ele destaca que é preciso haver um consenso entre embarcadores e transportadores de um modo geral, para que seja dada uma condição mínima de trabalho, e não ocorra o risco de desabastecimento. “Inclusive na próxima terça-feira (15), estarei viajando para Brasília, pois fui convocado para uma reunião emergencial convocada pela Federação Nacional dos Transportes, para que possamos discutir todas essas questões”, disse Maranhão.
O dirigente lembrou que está havendo uma ampla negociação entre integrantes dos setores de transporte e logística com seus clientes, e o Governo Federal está adotando algumas medidas emergenciais, a fim de garantir o fornecimento de produtos de primeira necessidade, como alimentos, medicamentos, combustíveis, entre outros, para garantir o abastecimento da população.
E destacou que é preciso aguardar o desenrolar da guerra na Ucrânia, a fim que o fornecimento do petróleo russo possa ser retomado, o que traria uma certa normalidade para a situação. “Mas tudo depende das definições do conflito que está ocorrendo no Leste Europa e estamos acompanhando de perto essa situação. Mas não existe um risco de desabastecimento imediato”, completou Marcelo Maranhão.