O submarino Tikuna S34, da Marinha do Brasil, zarpa neste domingo (10), do Porto de Fortaleza, para dar continuidade a uma longa missão internacional que será encerrada apenas em outubro, quando retorna ao Rio de Janeiro, de onde partiu no dia 21 de março, A escala na capital cearense foi realizada para abastecimento de óleo diesel, água potável e alimentação, pois sua próxima parada será em San Juan, em Porto Rico.

Tikuna S34 é um dos maiores e mais modernos submarinos pertencentes à frota da Marinha do Brasil                    Foto: Portal IN

Na sequência, após reabastecer novamente, continua em direção à Base Naval de Mayport, na Flórida, onde sua tripulação de 44 militares, sob o comando do Capitão de Fragata Marcos Cipitelli, participará de um treinamento combinado de interoperabilidade em parceria com a Marinha dos Estados Unidos. São exercícios de grande relevância para que a soberania do extenso mar territorial brasileiro seja preservada de forma eficiente e segura.

Esta viagem até o destino final será realizada em uma profundidade que pode chegar a até 300 metros, e levará cerca de 25 dias. O retorno à sua base operacional, no Rio de Janeiro, acontecerá no dia 15 de outubro, chegada ao Rio, e no percurso serão realizadas paradas de reabastecimento em Fortaleza e Salvador. A tripulação de submarinos é específica para este tipo de embarcação, dividida em três turnos de oito horas diariamente, uma vez que o submarino está em funcionamento 24 horas, e nestes períodos são realizados diversos tipos de exercícios.

Capitão Cipitelli é o comandante e mostra o periscópio, importante em missões

“A gente sempre faz exercícios nesse intuito de evitar uma ação externa ao Brasil, protegendo tanto a nossa soberania, a nossa Amazônia Verde quanto a Amazônia Azul, que é o nosso litoral, tão cheio de riquezas. O submarino é um meio que, praticamente é invisível à detecção na superfície, reporta embarcações que estejam pescando ilegalmente no mar territorial brasileiro, por exemplo, e uma Fragata ou Navio Patrulha realiza a abordagem”, explicou o comandante Cipitelli.

Com mais de 60 metros de comprimento, o submarino Tikuna S34 é um dos mais novos da frota da Marinha do Brasil, com propulsão elétrica, mas caso haja alguma pane no sistema, pode se deslocar movido a diesel, mas apenas até o porto mais próximo para reparo. Com interior muito estreito, sua subdivisão é formada por compartimento de torpedos, com oito tubos para a realização de lançamentos; de baterias (para propulsão); comando, manobras e máquina, além de alojamentos, cozinha e sanitários. Sendo que os alimentos são mantidos e refrigerados na parte inferior do submarino.

Para receber o Tikuna S34, a equipe de Engenharia e de Gestão Portuária da Companhia Docas do Ceará (CDC), com apoio da Capitania dos Portos do Ceará e da Transpetro, instalou duas defensas especiais, do tipo Yokohama. Trata-se de um modelo flutuante de parachoques feito com borracha pneumática e utilizado para evitar colisões durante a atracação de embarcações com o píer, que exerce baixa pressão na superfície do casco, além de absorver muita energia.

O Tikuna S34 pesa 1.400 toneladas, possui 62,5 metros de comprimento e mede 12 metros de altura, incluindo a parte da vela. Seu interior é bastante estreito e sua divisão inclui os compartimentos Torpedo, Bateria, Comando, Manobra e Máquina, além dos alojamentos e de uma cozinha. Há um periscópio para observação do que ocorre sobre a linha da água, com alcance de impressionantes 25 quilômetros. Ele integra a frota de submarinos da Marinha do Brasil, que está sendo ampliada com a construção de mais cinco, sendo um deles movido a energia nuclear, dentro da estratégia de aquisição de domínio completo do ciclo “Projeto, construção e reparação”.