Com a crise econômica causada pela pandemia de Covid-19, a antecipação de recebíveis tornou-se uma prática comum na indústria. No entanto, é preciso estar atento às melhores opções para não cometer erros e pagar taxas elevadas que aumentem o custo de produção. De acordo com Caio Mastrodomenico, analista econômico e CEO da Vallus Capital, a antecipação de recebíveis pode ser uma alternativa ao crédito oferecido pelos bancos.

Caio Mastrodomenico antecipar recebíveis é uma excelente alternativa             Foto: Divulgação

“As indústrias não precisam recorrer a instituições financeiras de grande porte, pagando taxas e tarifas elevadas, se podem utilizar o próprio crédito à receber para melhorar o fluxo de caixa e de produção. As vantagens da antecipação são, principalmente, a rapidez na aprovação do crédito, a flexibilização no limite e as tarifas mais atrativas do que bancos e instituições financeiras”, relata.

Para o analista, a principal dificuldade da indústria está no fomento à cadeia de fornecedores, duramente comprometida com as paralisações decorrentes da pandemia. “Ter dinheiro em caixa para efetuar compras à vista é necessário para que as companhias possam manter as atividades. Como a cadeia de fornecedores está reduzida, quem tem dinheiro em caixa para pagar à vista acaba comprando mais, tendo mais espaço para relação com produtores”, revela.

Ele afirma, ainda, que o setor industrial tem grande impacto nos dados empregatícios do Brasil. “De maneira geral, a indústria emprega cerca de 7,5 milhões de pessoas no Brasil de maneira direta, além de aproximadamente 4 milhões de pessoas de forma indireta, trabalhando em toda cadeia que alimenta a produção industrial. O setor representa uma participação de quase 26% no PIB do País”, pontua.

As fintechs aparecem para aliviar um dos principais problemas para o setor industrial: as altas tributações na captação de capital de giro. “Essas complexidades acabam impactando diretamente no custo de produção das indústrias, tendo em vista a cobrança de IOF e outros impostos que acabam virando uma cascata de tributos”, lamenta Caio.

Um acúmulo de razões fez com que a cadeia de fornecimentos da indústria fosse impactada durante a pandemia. “Muitos fornecedores acabaram quebrando, entrando em falência ou concordata. Então, houve uma redução muito grande nesta cadeia, criando uma dificuldade na compra de matéria prima em diversos setores industriais. Com isso, quem tem dinheiro em mãos acaba com a preferência do mercado na hora de adquirir insumos e commodities para produção”, finaliza Caio Matrodomenico.