Numa ação que era esperado pelo mercado, mas um pouco superior, o Federal Reserve (Fed ou Banco Central dos Estados Unidos) registrou a maior elevação da taxa de juros desde 1994, com uma alta de 0,75 ponto percentual, fixado numa faixa entre 1,5% a 1,75%. E essa decisão deve afetar as economias de diversos países, inclusive o Brasil.

Federal Reserve pode elevar os juros neste patamar, de novo, em julho          Foto: Divulgação

O objetivo principal é conter o avanço da inflação, atualmente em 8,6% no acumulado em 12 meses até abril, a maior dos últimos 40 anos. Durante a votação, que decidiu pelo aumento dos juros nos EUA, apenas a presidente do Fed de Kansas City, Esther George, votou contrário ao percentual praticado. Mas o placar final ficou com dez votos a favor e apenas o de Esther, contra.

De acordo com a análise do Comitê de Política Monetária do Fed, os salários nos EUA tiveram ganhos robustos nos últimos meses e a taxa de desemprego se manteve baixa. Na contramão das boas notícias, a inflação segue em alta, devido aos desequilíbrios entre oferta e demanda por causa da pandemia, energia cara e forte pressão sobre os preços em geral.

“Ao avaliar a postura adequada da política monetária, o comitê continuará monitorando as implicações das informações recebidas para as perspectivas econômicas. O comitê está preparado para ajustar a orientação da política monetária conforme apropriado, caso surjam riscos que possam impedir o atingimento dos objetivos”, destacou o documento do Fed.

Antes da decisão de hoje, o presidente do Fed, Jerome Powell afirmava que a elevação dos juros naquele país deveria ser de 0,5 ponto percentual. Mas depois da divulgação da inflação acumulada em 12 meses, semana passada, na casa de 8,6%, ele já admitiu que uma nova alta de 0,75 ponto percentual poderá ocorrer na reunião de julho.