O presidente interino do Setcarce e diretor da Fetranslog Nordeste, Marcelo Maranhão, foi taxativo nesta sexta-feira (17), ao comentar o novo aumento de preços dos combustíveis anunciado pela Petrobras. “Ela está mergulhando o Brasil num grande caos, especialmente com relação ao transporte de mercadorias diversas”, afirmou.

Marcelo Maranhão diz que haverá impacto imediato para a população             Foto: Divulgação

Lamentou que o novo reajuste terá de ser repassado diretamente para o preço do frete rodoviário. “O que terá impacto imediato no valor dos gêneros de primeira necessidade da população. Esse reajuste se reflete em toda a cadeia produtiva, desde a produção de alimentos no campo, a produção industrial e, principalmente, no transporte, onde hoje o óleo diesel representa entre 40% e 50% do custo do frete”, disse.

Ele destacou que o Governo Federal e as entidades de classe estão se mobilizando, tentando conter o aumento do custo da gasolina e do diesel. Foi aprovada a PEC 18/2022, que limita o valor do ICMS do preço dos combustíveis. Tem outra PEC em tramitação no Congresso Nacional para a compensação das alegadas perdas dos estados com relação ao ICMS.

“A PEC 18 foi aprovada na Câmara praticamente por unanimidade, com apenas um voto contrário. Há um esforço de diversos segmentos para conter o valor do diesel nas bombas e a gente não entende o que se passa na cabeça da diretoria da Petrobras em conceder um aumento de quase 15% no preço do diesel. Parece que estão insensíveis aos impactos que estes aumentos sucessivos podem causar na economia nacional”, disse.

Queda de autônomos

Ele lembrou que em 2019 o Brasil tinha registrados na ANTT cerca de 1,1 milhão de caminhoneiros autônomos, em 2021 eram cerca de 800 mil, ou seja, uma queda de 24%. E eles não têm nenhuma condição de fazer algo contra isso, sendo fortemente penalizados a cada reajuste do valor do óleo diesel nas refinarias da Petrobras.

“O pior é que não estamos ainda com o mercado a pleno e, quando isso ocorrer, não teremos caminhões para atender à demanda, o que é muito preocupante. Até porque as transportadoras não conseguem renovar ou ampliar suas frotas pois as montadoras não têm entregado novos caminhões devido à falta de semicondutores. E os preços dos veículos subiram de forma absurda nos últimos meses”, salientou o dirigente.

Inclusive, na próxima terça-feira ele já foi convocado para uma reunião em Brasília, na sede da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), a fim de discutir esse problema, que é sério. “Além disso, este aumento elevado afeta diretamente a sociedade brasileira, desde o trabalhador mais humilde ao grande empresário. Portanto, algo precisa ser feito de maneira urgente”, completou Marcelo Maranhão.