Já está sendo construída no Polo Petroquímico de Camaçari, na Bahia, a primeira usina de Hidrogênio Verde (H2V) no Brasil, pertencente à empresa Unigel. Com início de suas operações previsto para o ano que vem e capacidade de produção de 10 mil toneladas por ano, que representam 60 mil toneladas de amônia verde, será a primeira planta a funcionar no País.

Hidrogênio Verde será convertido em amônia verde no Polo de Camaçari       Foto: Divulgação

Fruto de um investimento de US$ 120 milhões, cerca de R$ 624 milhões pelo câmbio desta segunda-feira (10), a expectativa da empresa é atingir, já em 2025, uma capacidade de produção anual de 40 mil toneladas de H2V, que podem ser convertidas em 240 mil toneladas de amônia verde.

De acordo com especialistas no setor energético, a transformação do Hidrogênio Verde em amônia verde, representa a forma mais eficiente, com melhor logística e custo reduzido de armazenagem e transporte do H2V. Além disso, a amônia tem outras aplicações no dia a dia, como a produção de fertilizantes ou combustível para navios.

Maior produtora do Brasil de amônia tradicional, obtida a partir de matérias primas fósseis, a Unigel deverá utilizar energia solar – produzida pela Casa dos Ventos, do cearense Mário Araripe – no seu processo fabril. A empresa afirmou, ainda, que a maior parte da amônia produzida deve ser exportada, mas um cliente do setor de navegação já apresentou proposta de compra de toda a sua produção anual.

No Pecém

O Ceará já possui 22 Memorandos de Entendimento (MoUs) assinados para a instalação de usinas de produção de H2V, no Complexo do Pecém, bem como empresas fornecedoras de energia solar e eólica assinados, mas os projetos ainda estão em fase de aprovação e licenciamento. As obras das primeiras usinas, efetivamente, devem ser iniciadas no primeiro trimestre do ano que vem. Há um projeto-piloto, de pequeno porte, sendo construído pela EDP, com investimento de R$ 42 milhões.