ESTIMATIVAS POSITIVAS
CNI eleva para 3,1% previsão de alta do PIB brasileiro e FMI estima em 2,8%
Por Marcelo - Em 11/10/2022 às 12:43 PM
A melhoria do mercado de trabalho e o aumento da demanda do setor de serviços fizeram a Confederação Nacional da Indústria (CNI) elevar a projeção de crescimento da economia brasileira neste ano. Segundo o Informe Conjuntural do 3º Trimestre, divulgado nesta terça-feira (11) pela entidade, a estimativa passou de 1,4% em julho para 3,1% em outubro.
No fim do ano passado, a CNI tinha projetado crescimento de 1,2%. No entanto, a guerra na Ucrânia e os lockdowns na China levaram a entidade a reduzir a previsão para 0,9% em abril. A CNI informa que a gradual normalização das cadeias globais de suprimentos, o aumento de gastos com programas sociais e a queda da inflação contribuíram para melhorar as previsões de expansão do produto interno bruto (PIB) nacional.
Em relação à inflação, a CNI projeta que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), usado como indicador oficial pelo Governo Federal, encerrará o ano em 5,9%, contra estimativa anterior de 7,6%. Segundo a entidade, a desaceleração ajuda a recompor o rendimento médio real das famílias e a recuperar o poder de compra e o consumo.
De acordo com a CNI, a recuperação do mercado de trabalho no Brasil continua, com 99 milhões de pessoas ocupadas no trimestre encerrado em agosto. Desde 2020, o indicador melhora. Esses dados fizeram a entidade reduzir, de 10,8% para 9,3%, a expectativa da taxa média de desemprego em 2022. A previsão de expansão da massa salarial real (acima da inflação) foi de 1,6% para 5,1% este ano.
Setores
Em relação aos setores da economia, a CNI também revisou para cima as projeções do PIB de alguns deles. Para os serviços, a previsão de crescimento aumentou de 1,8% para 3,8%, impulsionada pela normalização pós-pandemia e pelo aquecimento econômico.
Em relação à indústria, a estimativa de expansão em 2022 passou de 0,2% para 2%. Segundo a entidade, o setor industrial registrou altas moderadas na produção no primeiro trimestre e está conseguindo contornar os gargalos nas cadeias de suprimentos, apesar da guerra entre a Rússia e a Ucrânia. No caso da indústria de construção, o segmento beneficia-se da ampliação do principal programa de financiamento habitacional do governo.
O destaque negativo ficou com a agropecuária, cuja projeção passou de estabilidade (0%) para queda de 1,7%. Segundo a CNI, a revisão para baixo ocorre devido ao aumento de custos de produção, gerado pela guerra no Leste da Europa, e de eventos climáticos adversos no fim do ano passado que prejudicaram as safras de soja, cana de açúcar e milho.
Previsão do FMI
Quem também ampliou a expectativa de crescimento da economia brasileira este ano foi o Fundo Monetário Internacional (FMI), passando de 1,1% na estimativa de julho passado, para 2,8% no seu relatório Perspectiva Econômica Global, divulgado hoje. Os números estão alinhados com as previsões do Banco Central (BC) e do Ministério da Economia, que esperam uma expansão do PIB brasileiro para este ano em 2,7%.
Desaceleração
Em relação aos juros básicos da economia, a CNI acredita que o aperto monetário promovido pelo Banco Central tenha chegado ao fim. Para a entidade, a taxa Selic, atualmente em 13,75% ao ano, será mantida nesse nível até o fim do ano. Apesar dos juros altos, o relatório estima crescimento real (acima da inflação) de 11% na concessão de crédito em 2022, mesmo com expectativa de desaceleração antes do fim do ano.
Para a CNI, os primeiros dados do 3TRI22 mostram desaceleração em relação ao trimestre anterior. “Mesmo assim, a atividade econômica continuará aquecida”, ressaltou a entidade. Segundo o relatório, a confiança dos empresários da indústria segue elevada; dados preliminares mostram crescimento da indústria e dos serviços, ainda que com menos força, e a criação de empregos continua significativa e disseminada. (Agência Brasil)