Juca Máximo Em Veneza

Juca Máximo foi o primeiro artista plástico nordestino a vender uma obra de arte no metaverso. Agora, partiu rumo a uma viagem com impactos espirituais e artísticos: uma imersão no Monastero Di Sant’Erasmo, na Itália, onde fica o MACO Museum.

O artista chegou ao mosteiro no dia 01 de outubro e segue até o dia 10 do mesmo mês na Residência Artística, onde está hospedado. Juca foi selecionado pela Saphira & Ventura Gallery, uma rede global de gestão de talentos focada em arte, design e arquitetura, bem como formas alternativas de expressão como NFTs.

Juca Máximo No Mosteiro

O cearense está imerso com outros artistas do Egito, China, Estados Unidos e França, compartilhando processos criativos, discutindo conceitos e, juntos, construindo uma exposição temporária aberta ao público no Museum com o tema voltado ao regionalismo e à experiência em ficar no monastério.

A residência no mosteiro propicia ainda, por meio do acesso dos artistas a relíquias e locais históricos, vivências transformadoras. Em apenas 5 dias, Juca já teve a oportunidade de tocar num pedaço da Cruz de Cristo e fazer uma prece a Salomé junto ao corpo dela.

Além disso, o artista conta que já caminhou por onde São Benedito e o Papa João Paulo II caminharam. “É algo fora da curva, inspirador e transformador. Essas oportunidades fazem parte da imersão para a nossa produção artística”, afirma.

Para o artista cearense, ter essa experiência o permite mergulhar mais a fundo em si e, ao mesmo tempo, estar à flor da pele. “Nesse mosteiro me coloco de forma contemplativa, olhando para fora e para dentro de mim. Observar as relações com o outro, comigo e com Deus em todas as suas formas, e trazer para minhas novas obras todos os sentimentos que emergem desse momento”, diz.

Arte cearense no metaverso
A venda ocorreu em julho deste ano pela X Power Gallery, numa exposição do Art Revolution Taipei 2022, o mais importante prêmio de arte da Ásia. A obra Intense, de Juca, foi posta no metaverso pela organização e adquirida por um casal residente em Tóquio.

O passeio que Juca faz ao ter uma obra no metaverso até chegar no seu projeto experimental de imergir em um mosteiro secular, se torna hoje ferramenta de transformação interna, onde ele faz uma busca pelo conhecimento mais profundo. Nessa nova experiência, o artista aprofundou seus estudos na filosofia de Spinoza até a psicologia de Carl Jung para tentar entender melhor essas conexões entre o imaterial e material.

O Mosteiro
Com estilo arquitetônico românico, o Mosteiro do século VI fica localizado em Veroli, na província de Frosinone, entre as abadias de Montecassino e Subiaco. O monastério, que remonta a cerca de 1500 anos, passou por momentos decisivos da história, bem como o Império Bizantino, as viagens de Marco Polo e as invasões Vikings. Foi também casa de monges e usado como ponto de refresco por San Benedetto. O edifício, rico em história e obras de arte, estava em estado de abandono, mas, atualmente, relançado, é local de recepção a artistas e turistas curiosos.

Juca Máximo
Juca Máximo é um artista visual contemporâneo, designer, escultor e músico cearense. Considerado um dos artistas emergentes mais importantes da América do Sul pela Saatchi Art, foi eleito o terceiro melhor ilustrador em 2018 pela revista Lürzer’s Archive. Seu trabalho consiste em técnicas variadas como: pintura a óleo, pintura acrílica, nanquim, canetas, arte digital, pinturas 3D, esculturas em clay, resinas, instalações em impressões 3D, madeira, ferro e corian.

Além de ter participado da Bienal de Veneza em 2021, o artista cearense conta com um vasto número de premiações ao longo dos anos. Suas obras estão espalhadas pelo mundo e são reconhecidas pela imprensa internacional, como foi com as séries “Escreva sua História”, “História I”, “Gravity I e II”, “Intense I” e “Portrait Colors VIII”, que foram capa Exclamation Magazine, na Flórida. A instalação “Touch” também ganhou destaque como vencedora do Prêmio Daylighted Artist Contest, organizado pela Ello.co, nos Estados Unidos. Outras obras foram agraciadas com prêmios internacionais. Foi também o único artista brasileiro a vencer um prêmio no “Art Revolution Taipei-Taiwan”, mais importante prêmio de arte da Ásia; o “Art of humanity”, do Canadá; e o Prêmio Displate/Ello.