CRESCIMENTO ORGÂNICO
Grupo São Luiz cresce 20% em vendas em 2022 e expandirá lojas do Mercadão
Por Marcelo - Em 04/01/2023 às 9:49 AM
O Grupo São Luiz tem registrado uma expansão orgânica planejada e executada com muito cuidado, tendo em vista que o ano de 2022 foi ainda de recuperação e a inauguração de uma loja do Mercadão São Luiz na Avenida Washington Soares, esquina com a Oliveira Paiva, nas Seis Bocas, foi protelada para o primeiro trimestre deste ano. No mês de julho, a loja da Avenida Alberto Sá foi reinaugurada no modelo Mercadão, após uma ampla reforma, o que foi bem aceito pela clientela. Mesmo assim, a rede de supermercados que engloba também os Mercadinhos São Luiz, apresentou um crescimento de 20% em vendas, o que é expressivo. E muita novidade está prevista para este ano que se inicia.
De acordo com o diretor do grupo, Severino Ramalho Neto, mais do que o aumento do volume de vendas, o importante foi a consolidação de ações adotadas, como o food, de alimentos prontos, que tem recebido muitos investimentos. “Pois é o perfil do nosso cliente, que tem a praticidade como determinante nas decisões dele e estamos trabalhando para que isso aconteça. A qualificação da empresa em diversas áreas, preparando para um crescimento mais agressivo, em especial na área do Mercadão, que abriu portas para a gente se fazer presente onde não estávamos. E com esse modelo de negócio ganhamos a Grande Fortaleza e o Ceará como um todo, com uma marca que tem sido bem aceita e vem tendo um papel relevante para o Grupo São Luiz”, disse.
Ele destaca que a bandeira Mercadão São Luiz deverá receber muitos investimentos este ano, uma vez que o grupo, atualmente, possui 23 lojas no Estado – sendo 20 dos Mercadinhos e três do Mercadão. “Temos uma avenida gigante aberta para o futuro. Nosso objetivo é ficar numa proporção meio a meio e depois, como o Mercadão tem uma pegada de maior abrangência de público, talvez até passar os Mercadinhos. Mas seguiremos expandindo as duas bandeiras, tanto que este ano deveremos inaugurar uma filial dos Mercadinhos São Luiz, sendo uma loja de ótimo padrão, parecida com a do Eusébio”.
Neto disse também que o grupo tem muito trabalho pela frente, nas áreas de projeção, consolidação e inovação, a exemplo do que é a rede Mercadão. E os clientes cobram ações inovadoras, como food, áreas distintas, novos serviços e produtos nas gôndolas. Investimentos fortes em logística, que é bem particular no segmento de supermercados e este ano deve ser concluída a expansão do Centro de Distribuição, que hoje tem 16 mil posições de pallets e deve chegar a 35 mil. O fluxo de self check-out é muito grande, um dos maiores do Brasil, pois os clientes são muito exigentes e o que veem em alguma parte do mundo, acaba cobrando para que seja feito aqui no Ceará. “Estamos em sintonia com o nosso cliente. O pensamento dele é o nosso e cada vez que essa sintonia acontece, é sinal de que a coisa vai fluir bem”, lembrou.
Governo
Sobre as mudanças de governo – estadual e federal – que aconteceram este ano, disse que há uma expectativa, nas duas esferas. Explicou que aqui no Ceará vinha uma parceria entre o PT e o PDT, que colocou o Ceará e Fortaleza em um lugar de destaque no cenário regional, com a Capital crescendo, tendo chegado e se mantendo como a principal do Nordeste através do seu PIB. Mas lembra que há grandes desafios, em especial no que diz respeito a uma melhor distribuição de renda. “Temos uma mudança significativa na forma de arrecadar impostos, o que nos preocupa, como o que aconteceu com combustível e energia, que refletiu diretamente na inflação e no bolso do povo. E que sirva de exemplo, principalmente na questão da energia, ao meu ver que não deve ser taxada, pois é o mais injusto dos impostos. Vejo como muito nocivo esse olhar para a energia como fonte arrecadadora de impostos”, asseverou Neto, que junto com seu irmão Fernando e sua filha Joana, realizam uma gestão eficaz à frente do Grupo São Luiz.
Disse estar confiante no Ceará, em Fortaleza e também no Brasil, no sentido de melhorar e atender às necessidades sociais e econômicas da população. “Existe um débito social gigante com o povo brasileiro. Temos uma participação do estado (Brasil) em impostos, que nos coloca entre os primeiros países do mundo em arrecadação e não temos o serviço adequado. Tem uma reestruturação, um repensamento de que esse dinheiro seja mais produtivo. Não tem nenhuma esperança de diminuição de impostos, porém, peço para que não tenha aumento de impostos porque não acredito que isso trará nenhuma melhora. A gente tem de reestruturar o estado para que esse dinheiro arrecadado seja melhor aplicado”.
Também vê, atualmente, dois inimigos do passado serem grandes aliados do Ceará, o sol e o vento, principalmente na área das energias – solar e eólica -, que fazem o Estado caminhar em ser autônomo e exportador de energia. “Mais uma vez, quando vejo aquelas ideias de arrecadar por meio dessas energias, acho que a produtividade não deve ser local de arrecadação. E vejo o sol e o vento também mexendo no nosso litoral tremendamente, a atração do turismo, que tem revolucionado. As notícias mostrando o Ceará como principal destino, a quantidade de hotéis e pousadas de alto nível, qualificados, gerando renda, mudando completamente o comportamento do litoral, mudando a distribuição de renda. Fiquei encantado com o Fortim, como aquilo tem mudado, está organizado e vendo outras recuperações como o Cumbuco, lado Norte do Estado. Espero que isso continue e se incentive, para que a gente possa ter uma distribuição de renda mais igualitária, bacana e crescente”, destacou.
Expansão
E lembrou que as bandeiras Mercadinhos e Mercadão falam não só com Fortaleza, como todo o Ceará, e, quem sabe, até sair do Estado, devido à grande aceitação da população a estes modelos de negócio. “Queremos acelerar esse processo, pois a gente pode fazer muito mais do que tem sido feito. Acreditamos que o crescimento que tivemos de 2022 é pouco, pelo que a gente pode vir a fazer. Estamos altamente confiantes no Estados, na Capital, e mais confiante ainda no grupo, de que a clientela vai endossar a nossa vontade de crescer. Temos um débito com a segunda região do Estado, que é Sobral, há algum tempo e é uma das regiões que a gente quer chegar primeiro, pois já temos muito estudo feito. Queremos e precisamos estar nessa praça, pois está no nosso radar tremendamente. Estamos ampliando Juazeiro do Norte com mais uma loja do Mercadão e olhando para lá, pelo fato de já existir uma logística para a região do Cariri, onde estamos desde 1997 e, de lá para cá, deve haver uma possibilidade de expansão”.
Para finalizar, disse que a Grande Fortaleza é um dos focos principais, Caucaia, Mondubim, Aldeota, Porto das Dunas, onde já tem dez lojas projetadas para a RMF. Mas ainda tem um sonho de levar o Mercadão e os Mercadinhos para fora do Ceará, mas sem definir um estado. “Seja qual for o lado, como dizia o tio João: ‘Primeiro eu sou fortalezense, depois sou cearense, depois sou nordestino’. O próximo passo é Nordestino, mas sempre linkado à logística, pois ela funciona, faz o diferencial das lojas, mesmo que o cliente não perceba. É parte fundamental da estratégia. Para poder continuar crescendo, precisamos pensar em logística tremendamente. Vamos trabalhar muito e, se possível, aumentar o ritmo, pois é isso que a gente acredita que pode ser feito”, completou Severino Neto.