A mudança da matriz energética global, com o objetivo de descarbonizar o planeta, segue de forma acelerada e o Ceará terá papel estratégico neste sentido, conforme o próprio titular da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), Salmito Filho, destacou durante encontro com um seleto grupo de empresários. Afinal, a constância e qualidade dos ventos que aqui sopram, aliadas à elevada taxa de insolação, colocam o Estado como um dos melhores pontos do mundo para a produção de energias renováveis e em especial do combustível do futuro, o Hidrogênio Verde (H²V).

Ricardo Cavalcante apresentou detalhes sobre o Hub de Hidrogênio Verde        Foto: Divulgação

E a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), em parceria com o Governo do Estado e a Universidade Federal do Ceará, tem trabalhado forte para que esta nova realidade, por meio do Hub de H²V em implantação no Complexo Industrial e Portuário do Pecém, possa transformar economicamente a vida dos cearenses. Isso porque já são 25 memorandos de entendimento (MoUs) assinados com grandes players globais, que devem realizar mais de R$ 100 bilhões em investimentos na construção de parques de energias eólica e solar, além de usinas para a produção do H²V, bem como nas áreas de logística e transporte marítimo.

O presidente Ricardo Cavalcante recepcionou uma comitiva composta pela diretora da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Agnes Maria da Costa, e representantes do Ministério de Minas e Energia (MME) e da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Brasil (ANP), na Casa da Indústria. A equipe conheceu as iniciativas do Hub de H²V e do Observatório da Indústria, e reuniu-se com o consultor de Energia da FIEC, Jurandir Picanço.

O objetivo foi apresentar à comissão o potencial de energias renováveis e do H²V do Ceará. “A gente não está só discutindo energia, está discutindo a vida de muita gente, principalmente aqui no Nordeste. Hoje, a gente está vendo a quantidade de pessoas passando dificuldade, com uma renda que não conseguimos subir, e acho que a saída vai ser essa realidade da exploração das energias renováveis e do Hidrogênio Verde. A FIEC e o Observatório estão à disposição de vocês, e a ideia que temos aqui é de conhecer para cooperar e cooperar para desenvolver”, destaca Ricardo Cavalcante.

Impressionada

Agnes da Costa disse ter ficado impressionada e saiu da reunião com muitas ideias

A diretora da Anell ressaltou a importância das iniciativas desenvolvidas pela FIEC. “É muito impressionante a quantidade de conhecimento que vocês estão conseguindo criar, e isso pode gerar produtos fundamentais para a sociedade. Estou saindo daqui cheia de ideias”. Ela pontuou ainda o potencial de transformação que a exploração do Hidrogênio Verde pode trazer para todo o Brasil, para além da exportação. “A ideia é criar riqueza para o País. Não é só exportar o Hidrogênio, criar a commodity e exportar a energia barata. O objetivo é transformar a realidade, transformar a indústria, então acho que a gente tem o potencial de fazer um grande trabalho juntos”, salienta.

O líder do Observatório da Indústria destacou a importância do trabalho conjunto nesta nova realidade energética e reiteraram a disponibilidade da FIEC e do Observatório da Indústria para projetos em parceria com a Aneel. “A gente tem foco em entrega, em mostrar trabalho e trazer resultados. E essa entrega tem que impactar a nossa sociedade. A gente tem a metodologia aqui para trabalhar com vocês e apresentar uma proposta com resultados que com certeza vão ser muito relevantes para todos”, pontuou Sampaio Filho.

Já o consultor de Energia da FIEC agradeceu a disponibilidade do grupo em conhecer todas as potencialidades do Ceará. “É um prazer muito grande para nós e estamos inteiramente abertos e à disposição, não só a FIEC como o próprio Governo do Estado e a Academia também. O entusiasmo é compartilhado entre todos. Essa visita foi muito importante e espero que nós tenhamos frutos recorrentes disso e parcerias no futuro, que tragam impactos positivos”, conclui Jurandir Picanço.

Também participaram do encontro o secretário da Indústria da SDE, Joaquim Rolim; o gerente do Observatório da Indústria, Guilherme Muchale; analista Administrativo da Aneel, Leonardo Ferreira; Patricia Naccache, do MME; Marina Abelha Ferreira e Alex Rodrigues Brito de Medeiros, ambos da ANP, além de Rodrigo Vellardo, da Empresa de Pesquisa Energética (EPE), vinculada ao MME.

Reunião no Observatório da Indústria demonstrou todo o potencial do Ceará para produzir energias renováveis e também o H²V