O mercado de empréstimos consignados brasileiro registrou no início deste ano um estoque da ordem de R$ 600 bilhões, cerca de 14,5 milhões de pessoas contratantes, e mais de 400 mil certificadas para trabalhar com este tipo de crédito em todo o território nacional. Ou seja, números muito significativos.

Do total de usuários desse amplo mercado, 42% deles estão negativados, ou seja, o consignado representa a única maneira que eles possuem para acessar algum tipo de crédito, para resolver questões financeiras que aparecem no dia a dia. São mais de 80 mil empresas e 240 mil agentes de crédito, perfazendo um total de 300 mil empregos diretos e indiretos.

Leonardo Albuquerque preocupa-se com a situação do mercado

No Ceará, a GFT Credmais, do empresário Leonardo Albuquerque, tem forte atuação no segmento, que vem sendo impactado pela decisão do Governo Federal de proibir que os beneficiários do INSS possam realizar esses empréstimos. Isso tem gerado impactos em toda uma cadeia produtiva, com reflexos negativos em muitas outras.

“Sáo várias medidas que só prejudicam os aposentados e o cliente final. Foram cancelados os consignados do Auxílio Brasil e do BPC Loas, e agora do INSS total. Porque o Ministério da Previdência resolveu alterar a taxa, sem nenhum estudo, de 2,14% para 1,70%. Com a taxa Selic do jeito que está, ficou inviável para os bancos operarem, porque não paga os custos”, explica o empresário.

Ele ressalta, ainda, que todos os bancos, inclusive os federais – Caixa e Banco do Brasil -, decidiram não realizar mais esses empréstimos. “Ninguém vai pagar para vender. Há dez dias, se um aposentado quiser pegar um empréstimo desses não vai conseguir, porque nenhum banco está fazendo. E acabam recorrendo a agiotas, empréstimos pessoais, com juros altos, porque o representante do Governo Federal achou que a taxa tinha de baixar de 2,14% para 1,70%. Mas as equipes dos ministérios da Fazenda e da Previdência, além da Casa Civil, estão se reunindo para tentar resolver este impasse”, afirma Leonardo Albuquerque

Vale ressaltar que quase a metade dos valores que o relatório do Banco Central revelou que o mercado de consignados movimenta no Brasil, cerca de R$ 230 bilhões são destinados aos beneficiários do INSS, sendo que boa parte desses recursos foi concedida por meio de correspondentes bancários. E trata-se de um mercado mensal que movimenta mais de R$ 5 bilhões e é injetado diretamente na economia.