Pablo Marquine interpreta a obra de Claudio Santoro e Diogo Monzo a de Luiz Eça (Foto: Divulgação)

O projeto Recitais de Piano – Teatro Celina Queiroz da Unifor apresenta homenagem a Claudio Santoro e Luiz Eça, figuras ilustres da nossa música, a erudita e a popular, no recital “Faces do Piano Brasileiro”, que acontecerá no próximo dia 27 de maio, a partir das 20h, no Teatro Celina Queiroz, localizado no campus da Universidade de Fortaleza, instituição da Fundação Edson Queiroz.

O espetáculo, que faz parte da programação dos 50 anos da Unifor, consiste na apresentação de obras dos dois compositores brasileiros que serão interpretadas pelos pianistas brasilienses Pablo Marquine e Diogo Monzo. Os ingressos podem ser adquiridos pelo Sympla.

O projeto, que estreou em dezembro de 2015 em uma pequena turnê no Brasil, Hungria, Portugal e Itália, visa resgatar a obra desses compositores e fomentar a continuidade dela no cenário cultural nacional e internacional.

O concerto é dividido em duas partes com duração de 30 minutos cada uma, somando um total de 60 minutos de apresentação. Pablo Marquine interpreta a obra de Claudio Santoro e Diogo Monzo a de Luiz Eça. Ao final, os pianistas tocam a quatro mãos.

A temática do recital apresenta, de forma empírica, a dicotomia entre o erudito e o popular, conceitos enraizados e opostos historicamente, mas que, por meio desses dois compositores, são construídos de maneiras próximas e de influências estéticas comuns, sem que barreiras delineiem o caráter da composição. Sendo assim, o projeto é uma ferramenta de estudo que possibilitará futuras pesquisas acadêmicas relacionadas a esse tema.

Apesar de aparentemente contraditória, o projeto “Faces do Piano Brasileiro” carrega em si uma perspectiva dialética. O recital pretende demonstrar que as chamadas “fronteiras musicais” existem apenas em uma questão de conceituação, pois ambos os compositores tiveram uma expertise emocional e profunda no sentido de criação musical de ambas as perspectivas estéticas.

Claudio Santoro (1919-1989)

Claudio Santoro

Claudio Santoro foi um compositor e maestro absoluto. Nascido no Amazonas, Brasil, foi sem dúvida um artista sensível, criativo, polêmico e laureado, reconhecido internacionalmente, que teve como contexto para suas composições países tão viris como Alemanha, França, Itália, Rússia e Suíça.

Com mais de 600 composições completas em seu catálogo, é também fundador do Curso Superior de Música da Universidade de Brasília e da Orquestra do Teatro Nacional de Brasília. Suas obras para piano representam toda a diversidade da linguagem composicional expressa através de diferentes momentos estéticos resultando na rica, genial e idiossincrática da música brasileira.

Luiz Eça (1939-1992)

Luiz Eça

Luiz Eça é reconhecido como músico excepcional – um dos maiores de nosso tempo pela revista Música Brasileira – e apontado como um dos arquitetos da moderna música popular brasileira – como conta o compositor Edu Lobo, na capa do LP “Tamba” em 1966 lançado pela Philips. Tendo suas músicas gravadas por Elis Regina, Bill Evans, Stan Getz, Michel Legrand (que gravou um CD em homenagem ao amigo) entre outros.

Eça é frequentemente apontado como um dos mais importantes pianistas da música popular brasileira. Seu trabalho, reconhecido no Brasil e no exterior, se estende desde a formação do Tamba Trio em 1959. Tamba Trio foi um grupo instrumental de música brasileira que surgiu no final dos anos 50, início dos anos 1960, no Rio de Janeiro, estreando em março de 1962 na Bottle’s Bar, no lendário Beco das Garrafas. Inicialmente era formada por Luiz Eça (piano), Otavio Bailly Jr. (baixo acústico) e Hélcio Milito (bateria e tamba).