TURBULÊNCIAS DO MERCADO
Hapvida tem perdas de R$ 7,5 bilhões no início do ano, mas pode reverter o jogo
Por Marcelo - Em 20/02/2024 às 6:52 PM
A maior operadora de planos de saúde do Brasil – após sua fusão com a NotreDame Intermédica -, a Hapvida teve um início de ano turbulento, com queda no preço de sua ações que acumularam, em pouco mais de 45 dias, um prejuízo acumulado de R$ 7,5 bilhões. Esse movimento para baixo contou com inúmeros fatores, segundo analistas do mercado financeiro, e fizeram com que o valor das ações que chegava a R$ 33,3 bi no último dia de 2023, caísse para R$ 25,8 bilhões na sexta-feira passada (16).
Um dos principais motivos para essa significativa queda de seu valor de mercado, que representou quase 23%, foi a análise negativa de grande agentes do mercado, como Itaú BBA e Goldman Sachs, que reduziram suas expectativas com relação ao preço das ações da Hapvida nas últimas semanas. Isso acabou gerando uma pressão negativa para os investidores, de acordo com informações do site Metrópoles.
A concentração de esforços para consolidar as operações resultantes da fusão entre a Hapvida e a NotreDame Intermédica também foi apontada por especialistas como um motivo para este mau humor dos investidores. Afinal, geralmente em situações como essa, ocorre um adiamento do cumprimento de metas que haviam sido traçadas para o ano, reduzindo a velocidade de novos investimentos.
Mais fatores
Outro fator é a taxa de sinistralidade, que revela quanto as operadoras de planos de saúde precisam gastar para prestar seus serviços, em comparação com os valores recebidos de seus clientes, por meio das mensalidades pagas. A taxa estabelecida pela Hapvida para este quesito é de 68% para o terceiro trimestre deste ano. Entretanto, analistas acreditam que isso só deverá acontecer no final do primeiro trimestre de 2025.
Com base em todas essas informações, o Itaú BBA reduziu o preço-alvo da ação da Hapvida – o que ela vale realmente – de R$ 7,00 para R$ 6,00. Já o Goldman Sachs cortou sua expectativa para o valor das ações da operadora de R$ 5,40 para R$ 4,80.
Outro motivo para a redução do valor de mercado da Hapvida foi a denúncia que estaria sendo investigada pelo Ministério Público de São Paulo, por não estar cumprindo determinações judiciais para fornecer remédios e tratamentos a seus clientes, fato negado pela operadora em nota oficial. Mesmo assim, somente em 18 de janeiro as ações da companhia ‘despencaram’ 6,98% na B3, gerando um prejuízo pontual de R$ 2,2 bilhões.
Ativo considerável
Mas, nem tudo são espinhos no caminho da Hapvida e esta semana alguns analistas de mercado consideram que as turbulências do início de 2024 já foram absorvidas pelos investidores e o valor das ações da companhia devem seguir em estabilidade. Além disso, na semana passada a Hapvida anunciou um programa de recompra de até 200 milhões de ações, em 18 meses, o que geralmente é bem visto pelo mercado, pois demonstra confiança em seus papéis.
Com mais de 16 milhões de clientes em todo o Brasil – entre planos de saúde e odontológicos -, a Hapvida continua sendo uma gigante do setor, uma vez que possui uma ampla rede própria, composta por 331 clínicas médicas e 87 unidades hospitalares, além de laboratórios de análises clínicas e centros de diagóstico por imagem. Ou seja, tem um ativo considerável.