3ª QUEDA CONSECUTIVA
Preços da indústria recuam 0,31% em janeiro
Por Redação - Em 05/03/2024 às 2:22 PM
Os preços da indústria nacional caíram 0,31% em janeiro deste ano, em relação a dezembro de 2023. O recuo foi o terceiro consecutivo, segundo o Índice de Preços ao Produtor (IPP), divulgado nesta terça-feira (5) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com o resultado, o IPP acumula retração de 5,56% em 12 meses.
De acordo com o IBGE, em janeiro de 2024, oito das 24 atividades industriais pesquisadas apresentaram variações negativas de preço quando comparadas ao mês anterior, acompanhando a variação do índice na indústria geral. Em dezembro do ano passado, 12 atividades haviam apresentado menores preços médios em relação ao mês anterior. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (5/3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“Esta sequência de resultados negativos do IPP vem após uma série de três meses seguidos de altas, entre agosto e outubro do ano passado. Apesar do índice de -0,31% em janeiro, não há uma queda disseminada por toda a indústria, pois 15 setores tiveram aumento de preços. Já a redução acumulada de 5,56% nos últimos 12 meses representa o 11º resultado negativo consecutivo nesse indicador, algo inédito”, explica Murilo Alvim, analista do IPP.
As atividades industriais responsáveis pelas maiores influências no resultado de janeiro foram refino de petróleo e biocombustíveis (-0,51 p.p.), indústrias extrativas (0,23 p.p.), alimentos (-0,18 p.p.) e metalurgia (0,07 p.p.).
Setores
O setor de refino de petróleo e biocombustíveis (-4,77%) mostrou variação negativa pelo segundo mês seguido. Em dezembro do ano passado, havia registrado -4,03%. O acumulado em 12 meses ficou em -18,26%, completando uma série de 11 resultados negativos. “Esse desempenho de refino acontece depois de quatro altas consecutivas. Os preços do óleo diesel, produto com maior peso na atividade, foram os principais responsáveis, já que estão em trajetória de queda nas refinarias desde dezembro de 2023. O álcool também não está com grande demanda, além de contar com uma boa safra da cana-de-açúcar, influenciando no resultado”, acrescenta Murilo.
O setor de alimentos, que aparece entre as principais influências no resultado geral da indústria, apresentou uma queda de 0,74%, após uma série de quatro resultados positivos consecutivos. De acordo com o analista do IBGE, “os menores preços do açúcar, também muito por conta da safra da cana, e dos derivados de soja, commodity que vem apresentando uma produção estável e sem pressões de demanda, são os principais responsáveis pela retração do setor em janeiro”.
A atividade de indústrias extrativas (4,64%) também mostrou variação expressiva, porém positiva. “Assim como ocorreu no mês passado, a elevação nos preços do minério de ferro foi determinante para esse resultado. A alta verificada em indústrias extrativas foi a maior dentre todos os setores analisados, impactando também outras atividades, como a metalurgia, por conta da alta dos produtos siderúrgicos, que utilizam o minério de ferro como principal insumo”, lembra Murilo.
Os preços do setor de perfumaria, sabões e produtos de limpeza, por sua vez, caíram 2,03% em relação ao mês anterior. O acumulado nos últimos 12 meses (-2,14%) é o me-nor já verificado na série histórica da pesquisa para esse indicador, superando a variação de
-0,69% observada em 2013. O sabão em pó foi o principal responsável pelo resultado.
Já o setor de impressão apresentou uma variação média de 1,79%. Os quatro produtos com maior influência no resultado da atividade tiveram altas, principalmente “impressos p/ fins publicitários ou promocionais” e “livros, brochuras ou impressos sob encomenda”. A leve alta de preços do setor de papel e celulose no segundo semestre de 2023 contribuiu.
Pela perspectiva das grandes categorias econômicas, a variação de preços observada na passagem de dezembro de 2023 para janeiro de 2024 repercutiu da seguinte forma: 0,55% de variação em bens de capital; -0,88% em bens intermediários; e 0,37% em bens de consumo, sendo que a variação observada nos bens de consumo duráveis foi de 0,08%, enquanto nos bens de consumo semiduráveis e não duráveis foi de 0,43%.