ESTUDO DA FIEC

Atividade econômica cearense operou em elevação no primeiro trimestre de 2024

Por Marcelo - Em 29/05/2024 às 4:34 PM

O economista-chefe e diretor do Observatório da Indústria da Federação das Indústrias do Estado do Ceará, Guilherme Muchale, e o consultor Econômico da FIEC, Lauro Chaves Neto, comandaram a apresentação de um estudo realizado sobre a conjuntura econômica cearense no primeiro trimestre deste ano. Os números revelados foram positivos, mas ambos alertaram que alguns pontos específicos devem ser observados, pois a economia brasileira apresenta muitas variáveis.

Lauro Chaves e Guilherme Muchale apresentaram o estudo da FIEC

Além disso, o consultor Econômico salientou que existem riscos geopolíticos globais , como os conflitos armados que estão acontecendo neste momento, especialmente no Leste da Europa (Rússia x Ucrânia) e no Oriente Médio (Israel x Hamas). “Estes conflitos acabam gerando instabilidades que se refletem em diversos países do mundo. Além disso, internamente, a variação da taxa de juros ainda é um gargalo para o crescimento da economia nacional e o PIB variável também é algo que merece uma atenção especial“, afirma Lauro Chaves.

Já o economista-chefe da FIEC salientou que a atividade econômica cearense vem apresentando uma trajetória positiva neste início de ano, registrando um crescimento de 5,4%, índice superior ao anotado pelo Nordeste (3,9%) e pelo nacional (2,9%). Outro ponto de destaque é que até fevereiro o Estado ocupou a quarta colocação dentre as unidades da federação com maior expansão da economia.

A redução da taxa básica de juros, a Selic, aliada à recuperação do mercado de trabalho, ajudaram a reduzir o total de pessoas em situação de inadimplência no Ceará, em 6,7%. Também foi registrado, no período em análise, uma redução do total de empresas que operam no Estado inadimplentes. Apesar disso, os juros ainda estão elevados, impedindo uma redução maior da dívida nominal.

Nível de emprego

De uma forma geral, o mercado de trabalho vem apresentando um aquecimento este ano, com 1.364.531 postos em estoque, frente ao 1.295.082 do ano passado. E dentre os setores produtivos, de acordo com os dados do estudo, destaque para o de serviços, com estoque de 713.321 vagas e saldo de 12.030 postos com carteira assinada, e a indústria, com 350.069 em estoque e saldo de 1.604.

Uma prova disso é que o Ceará tem avançado na geração de empregos formais este ano, com expansão de 0,8%, superior à média do Nordeste (0,5%) e inferior à do Brasil (1,6%). “Somos o terceiro estado nordestino neste crescimento do nível de emprego formal, atrás somente da Bahia e do Piauí, que registraram alta de 1,2%”, afirma Guilherme Muchale.

A recuperação da indústria de transformação foi outro ponto destacado no levantamento realizado pela FIEC, em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI), na qual o Ceará registrou um crescimento acumulado na produção física de 6,0%, muito superior ao nacional, que foi de 1,4%. Destaque para os setores de confecções (27,5%), couro e calçados (19,5%), bebidas (14,9%), metalurgia (14,2%) e coque e derivados de petróleo (13,8%).

Alerta

Apesar da perspectiva de crescimento da atividade econômica do Ceará ser muito positiva, o economis-chefe da FIEC ressaltou que o setor de metalurgia, especialmente as exportações de aço produzido na região do Complexo do Pecém, deve ser fortemente impactado pela redução da atividade da construção civil chinesa, fazendo com que haja uma maior oferta de aço da China a preços muito competitivos, no mercado internacional.

“As medidas recentes do Governo Federal ajudam a diminuir essa competição desleal com o aço chinês, e o mercado interno, com o avanço da construção civil – que é um consumidor importante de aço no Brasil, e o próprio investimento em ferrovias e outros modais de transporte, podem gerar uma melhoria. Talvez não seja o suficiente para, no curto prazo, conseguir compensar esse grande volume de aço, principalmente em nível internacional. Talvez no mercado local, sim. Mas em nível global, parte desses mercados que consumiam o aço brasileiro e cearense, optem pelo aço chinês por questões de dificuldades de competição, tributações diferenciadas”, completa Guilherme Muchale.

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