DADOS PREOCUPANTES
Assis Cavalcante alerta que as apostas on line podem prejudicar comércio no Brasil
Por Marcelo - Em 12/06/2024 às 11:30 AM
O mercado de apostas esportivas on line no Brasil – conhecidas como bets -, foi regulamentado no fim do ano passado. Este tipo de aposta é mais popular entre os jovens, onde quase um terço dos brasileiros de 16 a 24 anos admite já ter apostado, o dobro da média nacional. A modalidade, contudo, preocupa autoridades e especialistas, pois um levantamento do Instituto Datafolha revela que as apostas esportivas on line têm atraído a atenção de 15% da população brasileira, com um gasto médio mensal de R$ 263,00 por pessoa.
Para se ter uma ideia, o valor é 14% maior que o gasto médio do brasileiro nas compras de Natal em dezembro de 2023, que foi de R$ 230,00 per capita. Outro estudo revela que já existem cerca de dois milhões de brasileiros viciados nesse tipo de jogo pelo computador ou no smartphone. Diante dos números, o presidente da CDL de Fortaleza, Assis Cavalcante, alerta para que a prática não incorra em prejuízos para o comércio varejista brasileiro.
“O poder de compra do consumidor que eleva os gastos em apostas desse tipo, pode ficar reduzido e prejudicar as vendas do comércio. Quando essa capacidade de obter bens, mercadorias e serviços fica comprometida pelo direcionamento dos recursos para as apostas, quem acaba perdendo é o comércio e, consequentemente, a economia. Daí a importância do investimento em campanhas de conscientização da população para que isso não vire um problema ainda maior”, afirma.
Em poucos anos, a indústria de apostas esportivas se tornou um negócio aquecido no Brasil. Outra pesquisa realizada pela Datahub mostra que o segmento cresceu 360% em território nacional entre 2020 e 2022. O País, portanto, lidera esse ranking de acesso, nos últimos anos foram identificados mais de 14 bilhões de registros.
Junto com esse crescimento, há inúmeros relatos de perdas e pessoas que precisaram buscar ajuda para deixar a prática, que se realizada de forma compulsiva pode se tornar um problema de saúde. A relação de vício em jogos de azar é mediada pelo sistema de recompensa cerebral, de maneira muito semelhante ao observado em dependências químicas. Um estudo publicado na revista Nature demonstrou que a atividade cerebral de uma pessoa dependente desses jogos se assemelha à de um usuário que abusa de anfetaminas.
Por tudo isso, o presidente da CDL de Fortaleza, reforça a urgência para que o Governo Federal realize campanhas de conscientização visando proteger os consumidores e a economia do comércio varejista brasileiro. “Juntamente com a regulamentação, é importante o desenvolvimento de campanhas para orientar o consumidor e alertar para os perigos de mergulhar nessa prática que pode se tornar um caminho sem volta para ele“, alerta Assis Cavalcante.