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Com “canetinha amarela”, Cimed se prepara para o fim da patente do Ozempic
Por Eduardo Buchholz - Em 04/07/2024 às 1:13 PM
À medida que a quebra da patente do Ozempic, da Novo Nordisk, se aproxima em 2026, o mercado farmacêutico brasileiro observa uma movimentação intensa. O desbloqueio faz os laboratórios nacionais correrem para fabricar o genérico ou similar do medicamento no País. A Cimed, liderada pelo empresário João Adibe, está pronta para conquistar sua fatia.
O CEO da Cimed, destacou, com exclusividade para o Portal IN, a preparação antecipada da empresa para lançar uma versão do produto assim que a patente do Ozempic expirar. “Eu tenho certeza que na hora que acabar o prazo da patente, no dia seguinte vai ter 10 [produtos similares]”, ao ser questionado se ele teria um medicamento próprio, rindo, concluiu dizendo que estará lá “com a canetinha amarela”, explicou durante almoço do Experience Club Fortaleza.
O desenvolvimento do produto já teria começado. O empresário ressaltou que há um constante monitoramento da validade de patente de grandes medicamentos e que a mobilização de sua equipe começa anos antes. “Hoje, meu pipeline é um processo de 5 anos. Como a patente tem previsão se expirar em tal ano, eu começo a desenvolver o produto para, quando quebrar a patente, eu estar pronto para comercializar”.
O medicamento Ozempic tem sido uma revolução no tratamento da diabetes tipo 2 e obesidade, com seu princípio ativo, a semaglutida, oferecendo também benefícios significativos em outras áreas da saúde. Estudos recentes sugerem que a semaglutida pode reduzir em 20% o risco de ataques cardíacos, derrames e mortes cardiovasculares. A popularidade do medicamento disparou após seu fabricante, Novo Nordisk, introduzir o Wegovy, uma versão do medicamento especificamente para perda de peso, que rapidamente ganhou notoriedade entre celebridades e em mercados de alto padrão.
O mercado de medicamentos para obesidade está projetado para crescer exponencialmente, com estimativas apontando para um potencial de US$ 100 bilhões até 2030. Este cenário apresenta uma oportunidade valiosa para empresas como a Cimed.
Outras gigantes farmacêuticas, como Eli Lilly e AstraZeneca, também estão explorando este mercado emergente, cada uma desenvolvendo seus próprios produtos para competir no segmento de tratamento de obesidade e diabetes.
Em meio a esta corrida competitiva, a Novo Nordisk se tornou a empresa mais valiosa da Europa, avaliada em 556 bilhões de dólares, ultrapassando a LVMH (Louis Vuitton Moët Hennessy) e se estabelecendo como a 14ª mais valiosa do mundo, superando até mesmo a Tesla. O novo desafio de João Adibe será levar a Cimed ao protagonismo dessa nova era.