José Simões se mostra em entrevista exclusiva

Por Admin - Em 03/12/2012 às 10:04 AM

José Simões Filho, o virginiano nascido no Dia da Pátria, em 1952, é filho de José Simões dos Santos e Maria Regina, marido de Jacqueline, pai de Daniel e Vivian e avô de Katherine. Foi escolhido o Construtor do Ano pelo Sinduscon-CE e tem como hobby a pesca oceânica e Hugo Boss como grife preferida.  Conheça mais sobre o que pensa o diretor-presidente da J. Simões Engenharia, no bate-papo exclusivo que o Balada In publica abaixo:

A J.Simões foi fundada há 26 anos. Como surgiu o projeto da empresa? Quem participou da fundação?

A J.Simões surgiu em 1986 para a construção de grandes complexos industriais, como Vicunha, Grendene, Metalic e Jangadeiro Têxtil. Depois dos anos de expansão industrial do Ceará, passou a atuar no mercado de estruturas de concreto armado até a entrada no mercado de construção para incorporação de empreendimentos comerciais e residenciais. Foi fundada por mim e minha esposa, Jacqueline Otoch Simões.

Desde a fundação até este ano, foram 670 mil metros quadrados construídos. Destes, quantos foram em 2012? Quais são estes empreendimentos?

Atualmente, temos 70 mil metros quadrados em construção simultânea. Até o final de 2014 teremos completado 740 mil metros quadrados construídos em todo Brasil. Neste ano, são quatro empreendimentos em andamento:  AltaVista Dunas, DuoVille Condominium, Jardim Europa Condominium e Mediterranee Residence, totalizando 444 Apartamentos.

Qual o Volume Global de Vendas (VGV) dos empreendimentos que vocês planejam lançar em 2013?

Temos em nosso planejamento estratégico o lançamento de mais seis empreendimentos em 2013 e 2014 que devem somar R$353 milhões de VGV.

Em que Estados atua a J. Simões? Vocês têm quantos funcionários?

Em sua fase de construção por contratos, chegamos a trabalhar em 13 Estados, distribuídos em Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Porém, atualmente, estamos concentrados no mercado de incorporação do Ceará, onde temos nosso posicionamento de marca mais eficiente. Temos 527 colaboradores diretos.

A J. Simões é uma empresa familiar. Como é trabalhar com a família? Quais são os principais desafios?

A J.Simões é uma empresa familiar, mas totalmente profissionalizada. Cada membro da diretoria tem formação acadêmica especifica na sua área de atuação. A relação de pai e filho, por exemplo, é tratada de forma totalmente profissional, as posições e opiniões de cada um são analisadas em conselho e a tomada de decisão é descentralizada. Formamos comitês para as grandes tomadas de decisão que chegam inclusive a ter a participação de consultores externos. Tudo na J.Simões é decidido à base de voto, não sendo raro que minha opinião seja vencida pelos votos de outros diretores em conjunto.

Quais as perspectivas, na sua opinião, para o mercado da Construção Civil em 2013? Crescimento, acomodação ou retração?

O mercado da construção civil, especialmente o do mercado imobiliário, continuará numa crescente nos próximos anos. Fato é que não teremos uma velocidade de vendas como as que tivemos em 2010, por exemplo.  O mercado deverá crescer entre 6% a 11% ao ano, visto que ainda existe um grande déficit habitacional no Brasil, o credito continua abundante, tanto em volume quanto em prazo de pagamento. Hoje é possível comprar um imóvel no Brasil e ter até 35 anos para pagar com taxas de juros bastante competitivas.

Qual o arquiteto a quem o senhor confia os projetos da J. Simões?

A escolha do arquiteto é importantíssima para o sucesso do produto imobiliário. Para isso, trabalhamos com projetos multidisciplinares, ou seja, são vários arquitetos que assinam nossos projetos de arquitetura, paisagismo e interiores. Cada um é especialista naquele respectivo projeto. Temos uma parceria muito forte e longa com o escritório Daniel Arruda Arquitetos, Ricardo Farias e Marcelo Franco nos projetos arquitetônicos. No paisagismo, trabalhamos com o Sergio Santana (SP) e Luciana Mota. Em interiores, temos a Celene Gurgel e Mirna Albuquerque.

O senhor utiliza a Coopercon para comprar os materiais de suas obras? Isso barateia o custo da construção civil?

Muito! A Coopercon é uma iniciativa muito inteligente e eficiente. Temos a capacidade de, em conjunto, comprar mais e melhor. Temos força de compra que, num mercado tão competitivo como o de hoje, a cooperação é o segredo da continuidade da empresa. Somos concorrentes, porém grandes parceiros. A troca de informações na Coopercon é eficiente não só em custos, mas em qualidade.

O crescimento da classe média tem influenciado os seus projetos? A J. Simões aposta em apartamentos e casas de luxo para que faixa de renda?

Passamos muitos anos focados no nicho de altíssimo luxo, como em empreendimentos como o Estrelas do Mar, Brisas Marinhas, Mar a Vista e Ilhas Oceânicas, onde, em 2006, foi sediada a Casa Cor Ceará. Nossos produtos variavam de 250 m² a 1.400 m² de área privativa. A partir de 2009, pela falta de terrenos nas Dunas, voltamos a construir em bairros como Aldeota, Meireles, Cocó e Guararapes, onde nossos produtos variam de 80 m² a 180 m², apostando no crescimento da classe média e alta, na disponibilidade de financiamento para os clientes e no crescimento do mercado imobiliário.

Quais os bairros que mais crescem em Fortaleza? É neles que o senhor investe?

Acreditamos que os bairros mais tradicionais como Aldeota e Meireles continuam como preferência em mais de 50% dos compradores. Por esse motivo, continuamos a sempre comprar terrenos nessas áreas. Toda capital do Nordeste cresce para o Leste, e Fortaleza não é diferente. Bairros como Guararapes, Cocó e Luciano Cavalcante são a bola da vez em termos de crescimento. Hoje, o valor de venda por metro quadrado nesses novos bairros chega a superar o da tradicional Aldeota muitas vezes.

O valor das unidades que o senhor lançará em 2013? Qual o mais barato e o mais caro, com as áreas respectivas?

Em 2013, teremos unidades de 85 m² até 200 m². Os valores finais de venda dependem diretamente do orçamento final da obra, que, atualmente, estamos em trabalho de estudo. O que posso adiantar é que serão empreendimentos de altíssimo padrão.

Em um ano de tantos desafios para o setor da construção civil, quando se registrou uma greve extensa dos trabalhadores e ainda com várias obras emperradas pela prefeitura, como o senhor avalia essa escolha do Sinduscon/CE em classificá-lo como o Construtor do Ano? 

Atualmente o Sinduscon tem 6  bilhões de reais parados, esperando aprovação, na Prefeitura de Fortaleza. Isso é mais do que qualquer investimento em parque industrial ou mesmo investimentos federais. Além disso, temos, ano após ano, nos confrontado com violentas greves dos trabalhadores da construção civil. Pena é que quem incita essas greves não são os que diretamente trabalham em canteiros de obra, mas são em sua maioria, mercenários contratados para fazer baderna. Os trabalhadores da construção civil são pessoas honestas, trabalhadoras e pacificas que são reféns de alguns poucos que ganham para não trabalhar e ano após ano retornam com um único objetivo: fazer guerra. Quem paga essa conta? Contudo, me sinto muito honrado, de verdade, por essa escolha do Sinduscon, em me classificar como o Construtor do Ano. Esse prêmio tem muito valor porque foi feito por votação direta de todos os presidentes daquelas que representam as mais brilhantes empresas de construção do Ceará. O reconhecimento pelos nossos pares é talvez tão significativo quanto o reconhecimento de nossos clientes e fornecedores. É uma vitória não minha, mas de todos que escreveram a historia da J.Simões durante todos esses anos. A eles, serei eternamente grato!

O senhor acredita que a administração do novo prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, poderá aquecer o setor da construção civil? E os planos a serem realizados pela empresa?

Não só acredito, como espero que sim! Precisamos de uma gestão responsável e desenvolvimentista, que pense no empresário como aliado ao crescimento da cidade. Afinal de contas, nosso setor é o que mais gera impostos para a Prefeitura: pegamos um terreno bruto que muitas vezes sequer paga IPTU e o transformamos em um empreendimento que além dos ITBIs do terreno e dos apartamentos, passa a gerar milhares de IPTUs de seus Apartamentos. Além disso, o ISS que incide sobre os custos de construção vão diretamente para o caixa da prefeitura. Aqui só mencionei os impostos municipais, não vou nem falar em ICMS, IR, PIS, COFINS, CSLL…

Como o senhor classifica o mercado de Fortaleza para a construção civil com a chegada de várias obras da Copa 2014?

Sinceramente, espero que as Obras da Copa não se resumam a um estádio bonito. Precisamos sim de obras de infraestrutura e também para desafogar o transito de Fortaleza, que está caótico. Temos uma oportunidade única na historia de fazer isso acontecer, continuo esperando. Temos muitas áreas nobres de Fortaleza, como o Guararapes, por exemplo, que sequer conta com esgoto e saneamento básico. Estou falando da área mais valorizada de Fortaleza, a mesma que abriga o Centro de Eventos.

Sabemos que um de seus hobbies é a pescaria. Quais são os seus locais prediletos no Brasil para essa prática? E no exterior? Pretende transformar o hobby em negócio?

Tenho encontrado em Fortaleza mesmo, um excelente ponto de Pesca Oceânica que se encontra a 70 Km da costa, o equivalente a 3 horas de viagem mar a dentro. A pesca oceânica é praticada em mar aberto com o objetivo de capturar grandes espécies como o Marlin Azul, Sail Fish (Agulhão de Vela), Wahoo (Cavala Oceânica), Atum (Albacora), Dourado e outros. No Brasil, tenho pescado em Fernando de Noronha, Canavieiras (Bahia) onde existe o Royal Charlotte Bank, um dos melhores pontos de pesca do mundo.  Mas hobby é hobby e negócio é negocio!!!

Qual a sua companhia aérea preferida?

TAM

Qual a agência de viagens que mais procura?

Flytour

Qual é o seu estilo? Casual ou clássico?

Casual

Um carro ideal.

Um que eu pudesse pescar nele…

Um destino.

Los Cabos, no México. Onde acontece o Campeonato Mundial de Pesca Oceânica.

Um hotel fantástico.

Atlantidz, nas Bahamas

José Simões com o sogro, Deib Otoch e a mulher, Jacqueline

Foto: Balada In

 

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