Reações mistas no cenário internacional
Nicolás Maduro é reeleito presidente da Venezuela em meio a controvérsias internacionais
Por Redação IN Poder - Em 29/07/2024 às 12:25 PM
O Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela confirmou Nicolás Maduro como vencedor das eleições presidenciais, um resultado que tem gerado reações mistas no cenário internacional. Enquanto várias nações questionam a legitimidade do processo eleitoral e pedem maior transparência, os apoiadores de Maduro celebram o que consideram um momento histórico.
“Eu sou Nicolás Maduro Moros, o presidente reeleito da República Bolivariana da Venezuela. Irei defender a nossa democracia, a nossa lei e o nosso povo,” declarou Maduro em um discurso para seus apoiadores em Caracas.
A divulgação dos resultados sofreu um atraso de seis horas, mas ao final, o conselho eleitoral anunciou que Maduro obteve 51,21% dos votos, superando o ex-diplomata Edmundo González Urrutia, que conquistou 44,2%. Com aproximadamente 80% dos votos apurados, Maduro alcançou mais de 5 milhões de votos, enquanto González Urrutia ficou com 4,4 milhões.
A oposição venezuelana, embora fragmentada, uniu-se em torno da candidatura de González, na esperança de pôr fim a uma das piores crises econômicas do país. “Ganhamos em todos os Estados e todos sabem disso,” afirmou María Corina Machado, líder da oposição, que apoiou González após ter sua candidatura barrada. Machado alega que González venceu com 70% dos votos e deveria ser reconhecido como o verdadeiro vencedor.
Reações Internacionais
A reeleição de Maduro foi comemorada por aliados próximos como Cuba, Bolívia e China. O líder cubano, Miguel Díaz-Canel Bermúdez, saudou a “vitória histórica” e o triunfo da “dignidade e coragem do povo venezuelano”. O presidente da Bolívia, Luís Arce, celebrou o resultado em um dia que marcava o 70º aniversário de Hugo Chávez, enquanto a China felicitou a Venezuela pelo “sucesso das suas eleições presidenciais”.
Por outro lado, diversos países e blocos internacionais manifestaram preocupações sobre a transparência do processo. Antony Blinken, secretário de Estado dos EUA, expressou sérias preocupações de que o resultado anunciado não reflita a verdadeira vontade do povo venezuelano. Ele apelou para que todos os votos fossem contados de forma justa e transparente e que as autoridades eleitorais publicassem a apuração detalhada.
Josep Borrell, chefe da diplomacia da União Europeia, pediu total transparência no processo eleitoral, incluindo a contagem pormenorizada dos votos. O presidente do Chile, Gabriel Boric, afirmou que os resultados são difíceis de acreditar e que o Chile não reconhecerá qualquer resultado não verificado.
O governo do Peru também rejeitou o resultado, assim como a Costa Rica, que considerou o resultado fraudulento, e o presidente do Uruguai, Luis Lacalle Pou, que apontou falhas claras na contagem dos votos.