O presidente do Sebrae, Décio Lima, afirma que a instituição é totalmente contrária a um possível aumento de juros no Brasil. E destaca que qualquer retrocesso terá impactos piores para os pequenos negócios, enfraquecerá o empreendedorismo, a geração de empregos e a distribuição de renda no País. O posicionamento ocorreu após a publicação da ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, apontando que o BC “não hesitará em elevar a taxa de juros para assegurar a convergência da inflação à meta” diante do cenário de alta da inflação e do dólar.

Microempreendedores serão os mais afetados, caso os juros subam

“Temos feito apelos permanentes para que a taxa de juros seja reduzida. É preciso que os juros caiam. Todos os índices econômicos estão positivos. Com o governo de Lula e Geraldo Alckmin, o País está no rumo certo. A inflação está controlada, a renda aumentou e a qualidade de vida melhorou, mas os juros continuam altos”, afirma. Afinal, são os pequenos negócios que garantem seis e cada dez novas vagas de emprego abertas no território nacional.

Para ele, não há qualquer explicação racional para o fato de a taxa de juros estar ainda acima dos dois dígitos, quando a meta de inflação é de 3%. E avalia que já passou da hora de mudar essa política de juros. “A manutenção da Selic nessas bases prejudica não só o governo, que tenta recuperar a economia. Ao manter elevados os juros da dívida pública, o BC atinge também os consumidores e as empresas, principalmente os micro e pequenos negócios, porque o crédito fica mais caro”, acrescenta Décio Lima.

Com a manutenção da taxa básica de juros (Selic) em 10,5% ao ano, de acordo com levantamento recente do Sebrae, a média nacional da taxa de crédito para os microempreendedores individuais é de cerca de 44% – podendo chegar a 51% para os empresários da Região Nordeste. Um patamar considerado bastante elevado, principalmente ao se levar em consideração o tamanho dos negócios.