POLÍTICA MONETÁRIA
Banco Central tem que ajudar país a se desenvolver, diz Lula sobre indicação de Galípolo
Por Redação - Em 30/08/2024 às 1:48 PM
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou sobre sua recente indicação de Gabriel Galípolo, atual diretor de política monetária do Banco Central, para a presidência da instituição. Lula fez a proposta na quarta-feira (28) e, em uma entrevista ao programa Hora H, da Rádio MaisPB, de João Pessoa, reiterou seu apoio à nomeação.
Lula elogiou Galípolo, destacando sua competência e alinhamento com a visão econômica do governo. “O problema é que no imaginário do mercado, o presidente do Banco Central tem que ser um representante do sistema financeiro, e eu não acho que tenha que ser. Tem que ser uma pessoa que goste desse país, que pense na soberania nacional, e que tome atitudes corretas”, afirmou o presidente.
O presidente também ressaltou a importância de uma abordagem mais equilibrada na política monetária. “Ele (presidente do Banco Central) tem que pensar na indústria, ele tem que pensar no comércio, ele não pode pensar só nos interesses do mercado”, disse Lula. Ele deixou claro que, se Galípolo decidir aumentar as taxas de juros, isso será aceito desde que bem fundamentado. “Se um dia o Galípolo chegar para mim e falar, ‘olha, tem que aumentar o juro’, ótimo, aumente. Ele tem o perfil de uma pessoa competentíssima, competentíssima, e um brasileiro que gosta do Brasil”, declarou.
Lula garantiu que Galípolo terá a mesma autonomia que foi concedida a Henrique Meirelles durante seus mandatos como presidente do Banco Central, entre 2003 e 2010. O presidente destacou que o novo dirigente deverá equilibrar metas de crescimento econômico e controle da inflação. “Se tiver que baixar juro, baixa, se tiver que aumentar, aumenta, mas tem que ter uma explicação. Porque o papel do Banco Central não é só medir juros não, ele tem que ter meta de crescimento também”, enfatizou.
Galípolo, de 42 anos, foi indicado para substituir Roberto Campos Neto, cujo mandato termina em 31 de dezembro deste ano. Após a indicação, Galípolo passará por uma sabatina no Senado e precisará de 41 votos favoráveis entre os 81 senadores para ser aprovado. Se aprovado, ele assumirá a presidência do Banco Central por um mandato de quatro anos.
Durante a entrevista, Lula também criticou a gestão atual do Banco Central. “O atual presidente do Banco Central, ele age como um político, ele não age como um economista. Ele se oferece em muitas reuniões políticas, coisa que não deveria acontecer. A taxa de juros hoje no Brasil não tem explicação”, afirmou.
A declaração do presidente ocorreu antes de sua participação em dois eventos na Paraíba: a inauguração do Lote 2 da Vertente Litorânea Paraibana e o anúncio de investimentos federais em habitação e educação.