IBRE/FGV

Índice de Atividade Econômica do Nordeste avança 3,1% no 1º semestre

Por Redação - Em 18/09/2024 às 12:47 AM

Calculadora Economia Ag. Brasil

A indústria no Nordeste apresentou uma queda de 6,0% em junho de 2024. O Ceará foi a única unidade federativa a registrar crescimento industrial, com aumento de 1,6% FOTO: Agência Brasil

O Índice de Atividade Econômica Regional (IBC-R) do Nordeste registrou um crescimento de 3,1% no primeiro semestre de 2024 em comparação com o mesmo período de 2023, superando o avanço de 2,1% observado na atividade econômica nacional. Os dados são do Boletim Macro Regional Nordeste, divulgado nessa terça-feira (17) pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).

Em junho, o IBC-R do Nordeste caiu 1,0% em relação ao mesmo mês do ano passado, enquanto o índice nacional cresceu 1,4%. No segundo trimestre de 2024, a atividade econômica nordestina aumentou 0,5% em comparação com o segundo trimestre de 2023.

O relatório da FGV destaca que a região Nordeste enfrenta desafios econômicos e sociais. Em 2021, a região correspondia a cerca de 27% da população brasileira, mas contribuía com apenas 13,8% do PIB nacional, com esse índice permanecendo relativamente estável nas últimas décadas. Em 2023, a renda per capita da região era 62% da média nacional e concentrava 55% da população em extrema pobreza do país.

A indústria no Nordeste apresentou uma queda de 6,0% em junho de 2024, com os maiores recuos registrados na Bahia (-5,4%) e em Pernambuco (-5,2%). O Ceará foi a única unidade federativa a registrar crescimento industrial, com aumento de 1,6%. No acumulado do ano, a produção industrial na região encolheu 0,4%.

A confiança do empresário industrial na região caiu para 48,7 pontos em julho, abaixo da média histórica, segundo a FGV. Em contraste, o mercado de trabalho no Nordeste teve um saldo positivo de 45.904 novos postos de trabalho em junho de 2024, a maior geração de empregos do ano. Ceará, Bahia e Pernambuco foram os principais responsáveis pela criação de vagas.

No primeiro semestre de 2024, foram gerados mais de 142 mil empregos formais no Nordeste, e a taxa de desocupação caiu para 9,4% no segundo trimestre. Isadora Osterno, coordenadora técnica do Boletim Macro Regional, destacou que a economia e o mercado de trabalho nordestino estão apresentando bons resultados, embora a indústria da região ainda enfrente dificuldades.

A taxa de desemprego no Nordeste continua acima da média nacional, que foi de 6,9% no segundo trimestre. João Mário de França, pesquisador do Centro de Estudos para o Desenvolvimento do Nordeste do Ibre/FGV, observou que os menos escolarizados enfrentam dificuldades para acessar o mercado de trabalho.

Apesar dos desafios, a FGV aponta que a região Nordeste tem se destacado em inovação e sustentabilidade. O agronegócio tem avançado com a expansão da agricultura irrigada, e o Nordeste lidera a produção de energia eólica e solar no país. O setor de turismo também tem impulsionado a economia regional.

Entre 2021 e 2023, a extrema pobreza no Brasil foi reduzida pela metade, com a região Nordeste contribuindo com 50% dessa redução, segundo a FGV. A balança comercial do Nordeste registrou um superávit de US$ 102 milhões em julho de 2024, após seis meses de déficits consecutivos. Maranhão e Ceará foram os principais responsáveis pelas exportações, que foram impulsionadas por commodities agrícolas e semiacabados de ferro e aço. A região ainda depende fortemente de commodities, especialmente soja, celulose e alumina, com China e EUA sendo os principais parceiros comerciais.

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