Após o anúncio, as ações da companhia subiram 9% durante o pregão after-hours, embora as ações da Nike tenham caído 24% ao longo do ano

A Nike está passando por uma reformulação significativa em meio à crescente concorrência e desafios internos. Na quinta-feira (19), a empresa anunciou que o CEO John Donahoe se aposentará no próximo mês, sendo substituído por Elliott Hill, um ex-executivo da própria Nike.

Após o anúncio, as ações da companhia subiram 9% durante o pregão after-hours, embora as ações da Nike tenham caído 24% ao longo do ano. A empresa enfrenta uma desaceleração no consumo e uma competição intensa de marcas emergentes como Hoka e On.

Os hábitos dos consumidores estão mudando, com uma crescente preferência por itens básicos e experiências em detrimento de compras de produtos esportivos mais caros. Em resposta a essas mudanças, muitos investidores e analistas pediam por transformações na empresa e acolheram a substituição do CEO.

As vendas da Nike permaneceram estáveis no último trimestre, mas a empresa prevê uma queda de 10% nas vendas no próximo trimestre, à medida que suas marcas clássicas desaceleram. Analistas criticaram a falta de inovações significativas nos produtos da Nike.

Brian Nagel, analista da Oppenheimer, comentou que a Nike se tornou menos agressiva na inovação, especialmente no segmento de corrida, à medida que novas marcas ganham destaque. Ele interpretou a escolha de Hill como um sinal de que o conselho da Nike está comprometido em promover mudanças.

Além disso, a empresa enfrentou dificuldades com sua estratégia de distribuição, que envolveu a redução do número de varejistas tradicionais. Embora a Nike tenha argumentado que poderia lucrar mais vendendo diretamente, a mudança abrupta prejudicou as vendas. A companhia já reestabeleceu parcerias com alguns varejistas anteriormente cortados.

Analistas como Neil Saunders, da GlobalData Retail, destacaram que a Nike subestimou a importância dos varejistas terceiros. Outras marcas de artigos esportivos, como Lululemon e Under Armour, também enfrentam pressões semelhantes no mercado, com as ações da Lululemon caindo 46% neste ano e as da Under Armour caindo 8%.