As exportações brasileiras de manufaturas para os EUA alcançaram US$ 29,9 bilhões em 2023

Os Estados Unidos se firmaram como o principal destino das exportações de produtos industrializados do Brasil, com um número recorde de 9.553 empresas exportadoras em 2023. Essa marca representa o maior número registrado em 200 anos de relações entre os dois países, segundo o estudo “Brasil-Estados Unidos: Um Comércio Exterior de Destaque”, realizado pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) e pela Amcham Brasil.

As exportações brasileiras de manufaturas para os EUA alcançaram US$ 29,9 bilhões no ano passado, consolidando os Estados Unidos como o maior mercado para produtos de alta tecnologia, que incluem aeronaves, motores e equipamentos médicos. Desde 2002, os EUA têm liderado o ranking de países que recebem exportações brasileiras, apenas superados pelo Mercosul, que devido ao livre comércio na região conta com 11.253 empresas exportadoras.

O crescimento das exportações para os EUA é notável em todas as regiões do Brasil nos últimos cinco anos, com o Centro-Oeste apresentando a maior taxa de crescimento, de 40,4%. O Sul, Sudeste, Nordeste e Norte seguem com crescimentos de 22,4%, 22,1%, 21,3% e 9,5%, respectivamente.

Mercado de trabalho

O estudo também destaca que as empresas que exportam para os Estados Unidos oferecem salários mais altos e empregam uma proporção significativa de mulheres. Em 2021, a remuneração média mensal dos trabalhadores nessas empresas foi de R$ 4.623,90, superando as de empresas que exportam para a União Europeia, China e Mercosul. Além disso, 26,4% dessas empresas têm pelo menos 50% de mulheres em seus quadros funcionais, a maior proporção entre os principais parceiros comerciais do Brasil.

Tatiana Prazeres, secretária de Comércio Exterior do MDIC, ressaltou a importância desse mercado em um momento em que o Brasil busca fortalecer sua indústria nacional. “Os EUA se mantêm como o maior mercado para produtos brasileiros de alta tecnologia”, afirmou.

Oportunidades e desafios

Abrão Neto, CEO da Amcham, enfatizou a necessidade de priorizar a relação bilateral Brasil-EUA na agenda externa do país. “Esse caminho oferece um enorme potencial para alavancar o crescimento do Brasil”, destacou, apontando para o incentivo à inovação e à geração de empregos qualificados.

Embora os EUA tenham perdido a posição de principal importador dos produtos brasileiros para a China em 2009, continuam a ser o maior destino das exportações de bens industrializados, com as manufaturas brasileiras para os EUA superando as exportações para o bloco europeu e o Mercosul.

Fabrizio Panzini, diretor de Políticas Públicas e Relações Públicas da Amcham Brasil, concluiu: “A qualidade da pauta com os Estados Unidos se reflete em benefícios econômicos e sociais para o Brasil, como a geração de empregos e melhor remuneração nas empresas que exportam para os EUA.”

Diante desse cenário, o fortalecimento da relação Brasil-EUA promete continuar a gerar benefícios significativos para ambos os países, impulsionando a economia e promovendo a igualdade de gênero no mercado de trabalho.