SETOR II DA ZPE

CZPE aprova projeto de planta de H²V da Fortescue no Complexo do Pecém

Por Marcelo - Em 10/10/2024 às 1:56 PM

O Conselho Nacional das Zonas de Processamento de Exportação (CZPE) aprovou o projeto para a instalação de uma planta de Hidrogênio Verde (H2V) no Setor 2 da Zona de Processamento de Exportação (ZPE) do Ceará, no Complexo do Pecém, liderado pela Fortescue. A empresa australiana, reconhecida globalmente por suas inovações tecnológicas, está comprometida em acelerar a descarbonização da indústria pesada.

A aprovação do CZPE acontece pouco depois do presidente Lula sancionar, em 30 de setembro, o Programa de Desenvolvimento do Hidrogênio de Baixa Emissão de Carbono e Investimentos (PHBC). A implementação deste projeto dentro do regime da ZPE representa um marco na colaboração entre o Governo Federal, o Estado do Ceará, o Congresso Nacional, a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC), a Associação Brasileira da Indústria do Hidrogênio Verde (ABIVH) e a Fortescue, consolidando o Ceará como um polo estratégico na produção e distribuição de H²V.

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De acordo com Luís Viga, country manager da Fortescue no Brasil, as ZPEs são importantes para o sucesso de empreendimentos desse tipo, ressaltando os benefícios que o regime oferece aos diferentes agentes envolvidos, incluindo o poder público e o setor industrial. “Esse é mais um passo para garantir que o Brasil possa realizar seu potencial de ser líder global na transição para a economia de baixo carbono, o que passa necessariamente pela concretização do Hidrogênio Verde como fonte de energia e insumo industrial viável”, afirma.

Sebastián Delgui, diretor regional de Assuntos Públicos, Comunidades e Comunicações da Fortescue, também comemorou o avanço, afirmando a relevância desta fase para a implementação da usina de produção de H²V no Estado, que deve ser a primeira do Brasil. “Este é um importante marco para o desenvolvimento do projeto no Brasil, pois a Fortescue sempre considerou o apoio da ZPE como um ativo para esta iniciativa”, destaca.

O projeto prevê um investimento de R$ 20 bilhões para a construção de uma das maiores plantas de Hidrogênio Verde do mundo. A regulamentação e certificação da nova legislação são aguardadas com expectativa pela indústria, pois abrirão caminho para a concretização dos investimentos. A decisão final sobre o investimento (FID, na sigla em inglês) será avaliada pela diretoria da Fortescue em 2025.

Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), o Brasil já conta com mais de 60 projetos de hidrogênio provenientes de fontes renováveis, que totalizam R$ 188,7 bilhões em investimentos. O Ceará se destaca, com mais de 40 memorandos de entendimento (M0Us) já assinados.

Projeto Pecém

O Projeto Pecém tem como meta a produção de 500 toneladas diárias de H²V por meio da eletrólise da água, utilizando 1,2 gigawatts de energia renovável. O Hidrogênio Verde gerado será fundamental para o desenvolvimento de setores transversais da cadeia de valor, como transporte, fabricação de fertilizantes, aço e e-combustíveis, impulsionando a industrialização sustentável do País.

Atualmente, a Fortescue está finalizando os ajustes do projeto de engenharia, que incluem o cumprimento de todas as normativas socioambientais. Além disso, a empresa está em diálogo com fornecedores locais para avançar na contratação de serviços e produtos necessários ao desenvolvimento da planta.

A companhia recebeu recentemente a Licença de Instalação da Semace, autoridade ambiental do Estado do Ceará, para dar início às obras de preparação do terreno. A previsão é que as intervenções comecem até o final do ano. “Como parte de nosso compromisso com a transparência, continuaremos a informar o progresso do projeto às partes interessadas locais“, enfatiza a Fortescue. Esse movimento posiciona o Ceará como um líder na indústria de Hidrogênio Verde, reforçando seu papel na transição para uma economia sustentável e de baixo carbono.

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