CRESCIMENTO ECONÔMICO

CNI eleva de 2,4% para 3,4% a projeção de crescimento do PIB para 2024

Por Redação - Em 10/10/2024 às 10:58 AM

Industrias Fabricas De Motocicletas Industrias Fabricas Santos Fc2610100917 Produção Industrial Foto Cni José Paulo Lacerda

A expectativa para o PIB da indústria também foi elevada, de 2,3% para 3,2% FOTO: CNI/José Paulo Lacerda

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) revisou sua projeção de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2024, passando de 2,4% para 3,4%. A expectativa para o PIB da indústria também foi elevada, de 2,3% para 3,2%. Os dados foram divulgados no Informe Conjuntural do 3º trimestre nesta quinta-feira, 10.

O superintendente de economia da CNI, Mário Sérgio Telles, afirmou que a revisão é resultado do crescimento da economia no primeiro semestre, que superou as expectativas. Telles destacou que os fatores que contribuíram para esse crescimento devem se manter até o fim do ano. O segundo semestre terá como base um período mais fraco da atividade em 2023.

A CNI prevê que o aumento do consumo das famílias, a alta da massa salarial, a maior oferta de crédito e os gastos do governo continuarão a impulsionar a atividade econômica na segunda metade de 2024, embora em menor intensidade. A taxa de desemprego deve se manter em 6,9%, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), enquanto a massa de rendimentos pode crescer 7,4%.

Para o PIB industrial, a previsão de crescimento passou de 2,3% para 3,2%. A indústria de transformação deve crescer 2,8%, recuperando-se de uma queda de 1,3% no ano anterior. A demanda por bens industriais é apontada como uma razão para essa melhoria.

A indústria da construção deve apresentar um crescimento de 3,7%, impulsionado pela demanda e pelos lançamentos do Programa Minha Casa, Minha Vida. O PIB da indústria extrativa deve crescer 3,1%, enquanto o setor de eletricidade, gás, água, esgoto e gestão de resíduos deve subir 3%.

O setor de serviços deve registrar um crescimento de 3,5%, mantendo-se elevado, assim como ocorreu no primeiro semestre. Em contraste, a CNI projeta uma queda de 3% no PIB da agropecuária em 2024, devido à produção vegetal afetada por condições climáticas adversas.

A CNI também espera que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central realize dois aumentos de 0,25 ponto percentual na taxa Selic, que deve encerrar o ano em 11,25%. Telles alertou que os efeitos dessa alta na taxa básica de juros serão sentidos mais intensamente em 2025, impactando o crédito e o consumo.

Apesar de um cenário de política monetária restritiva, a CNI prevê um crescimento de 7,3% nas concessões totais de crédito em 2024, com investimentos aumentando 5%. Telles destacou que um maior volume de investimentos na construção e na compra de bens de capital indica uma capacidade de produção crescente.

A CNI projeta que os gastos públicos continuarão a crescer no segundo trimestre, mas a um ritmo mais lento do que no primeiro semestre. O déficit primário do governo federal deve atingir R$ 51,1 bilhões, equivalente a 0,44% do PIB, enquanto o setor público consolidado deve alcançar um déficit primário de R$ 39,8 bilhões (0,34% do PIB) em 2024, em comparação ao déficit de R$ 249,1 bilhões (2,29% do PIB) em 2023. A dívida bruta deve ficar em 78,7% do PIB.

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