MONITOR FISCAL

Dívida pública global deve ultrapassar US$ 100 trilhões em 2024, diz FMI

Por Redação - Em 16/10/2024 às 3:31 PM

O relatório destaca um aumento de 10 pontos percentuais em relação a 2019

O Fundo Monetário Internacional (FMI) informou que a dívida pública global deve ultrapassar US$ 100 trilhões este ano, marcando um aumento que pode ocorrer mais rapidamente do que o previsto. O relatório Monitor Fiscal do FMI, divulgado nesta terça-feira (15), aponta que a dívida pública global atingirá 93% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial até o final de 2024 e poderá se aproximar de 100% até 2030, superando o pico de 99% observado durante a pandemia da Covid-19.

O relatório destaca um aumento de 10 pontos percentuais em relação a 2019, antes do aumento dos gastos governamentais devido à pandemia. O FMI observa que fatores políticos, especialmente nos Estados Unidos, favorecem um aumento nos gastos, enquanto o crescimento lento amplifica as necessidades e os custos dos empréstimos.

O documento também menciona a incerteza nas políticas fiscais, com as pressões de gastos relacionadas a transições ecológicas, envelhecimento da população e preocupações com segurança. A situação se torna crítica com a aproximação da eleição presidencial dos EUA, onde ambos os candidatos prometem novas isenções fiscais e gastos que podem elevar o déficit nacional.

Os planos de cortes de impostos do candidato republicano Donald Trump poderiam adicionar cerca de US$ 7,5 trilhões em novas dívidas ao longo de dez anos. Em comparação, os planos da vice-presidente Kamala Harris, candidata democrata, poderiam resultar em um aumento de US$ 3,5 trilhões.

O FMI alerta que as projeções de dívida geralmente subestimam os resultados reais, com dívidas em relação ao PIB frequentemente 10% mais altas do que as previsões originais cinco anos depois. O relatório inclui um cenário adverso em que a dívida pública global poderia alcançar 115% em três anos, 20 pontos percentuais a mais do que o projetado atualmente.

O FMI reiterou a necessidade de controle fiscal, argumentando que o crescimento sólido e o baixo desemprego representam uma oportunidade para reduzir a dívida. No entanto, os esforços atuais, que preveem uma média de redução de 1% do PIB entre 2023 e 2029, são considerados insuficientes.

Para estabilizar a dívida, seria necessário um aperto fiscal cumulativo de 3,8%. Nos Estados Unidos, China e outros países onde a dívida deve continuar a crescer, como Brasil, Reino Unido, França, Itália e África do Sul, um aperto fiscal consideravelmente maior pode ser necessário, de acordo com o FMI.

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