Campos Neto também defendeu a autonomia financeira do Banco Central FOTO: Agência Brasil

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou, nessa segunda-feira (21), que medidas para equilibrar as contas públicas são essenciais para a política monetária. Ele destacou que a falta de confiança na política fiscal complica o processo de convergência da inflação para a meta estabelecida. Para que os juros possam ser reduzidos, é necessário um choque fiscal positivo.

Durante um evento em São Paulo, Campos Neto ressaltou que essa questão é importante para o Banco Central, pois a redução sustentável dos juros está ligada à percepção da solidez fiscal. Ele mencionou que no mercado existe desconfiança sobre a capacidade do novo arcabouço fiscal em atender às metas propostas. O presidente do BC citou a sinalização do Ministério da Fazenda sobre cortes de gastos após as eleições como um fator positivo.

Campos Neto também defendeu a autonomia financeira do Banco Central, afirmando que a instituição precisa de autonomia operacional, administrativa e financeira. Ele fez referência a notas de seu avô, Roberto Campos, que alertava sobre os riscos de não se ter autonomia.

Atualmente, o projeto de autonomia financeira do Banco Central está em tramitação no Congresso, enfrentando oposição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O relator do texto, senador Plínio Valério (PSDB-AM), indicou que a votação deve ocorrer apenas no próximo ano.