Alberto foi assessor de Fernandes na Alece. Foto: Reprodução / Redes Sociais

O candidato à Prefeitura de Fortaleza, André Fernandes (PL), afirmou nesta quinta-feira, 24, não se responsabilizar pelas declarações do vereador Inspetor Alberto (PL), seu apoiador, que em vídeo postado nas redes sociais direcionou ameaças ao adversário Evandro Leitão (PT), dizendo para o candidato “preparar o caixão”. Questionado sobre o episódio, Fernandes comentou que não cabe a ele controlar falas de seus apoiadores e ressaltou que não pediria ao oponente que respondesse por atitudes de pessoas ligadas a sua campanha.

O vereador Ronivaldo Maia (PSD) foi mencionado por André ao justificar seu ponto de vista. Maia, que integrou o PT e hoje apoia Evandro Leitão, é réu em uma ação judicial por lesão corporal após atropelar uma mulher com quem mantinha um relacionamento. O caso, que envolveu violência doméstica, motivou a expulsão de Ronivaldo do PT, embora o ato não tenha sido caracterizado pela Justiça como feminicídio, como sugerido pelo candidato.

Após a repercussão do vídeo, Evandro registrou um Boletim de Ocorrência relatando a ameaça pública contra sua integridade física, o que levou a Polícia Civil do Ceará (PCCE) a instaurar inquérito para investigar o caso. Inspetor, ao ser cobrado sobre a fala, declarou ter cometido um erro ao usar o termo “caixão” em vez de “carvão” e tentou reverter o entendimento de sua mensagem.

A fala do vereador também teve reações do governador Elmano de Freitas (PT), que em publicação nas redes sociais se posicionou contra qualquer incitação à violência, reiterando a importância do respeito à democracia. “A democracia deve ser respeitada sempre. E democracia não se faz com violência”, escreveu Elmano, qualificando o episódio como uma “grave ameaça”.

Leitão também se manifestou sobre o ocorrido, enfatizando que divergências políticas não deveriam se assemelhar a “faroeste” e acusando setores do bolsonarismo de incitar ódio e violência. Em publicações sobre o caso, Leitão associou a situação a outros políticos de direita, como Carla Zambelli e Roberto Jefferson, e disse que Fortaleza não pode ser “destruída pelo bolsonarismo”.