FALTA UM MINISTÉRIO

Haddad reforça que pacote de cortes de gastos está fechado e deverá ser anunciado em breve

Por Redação - Em 18/11/2024 às 8:47 AM

Dinheiro, Cédulas De Real Foto Agência Brasil

O ministro ressaltou que é fundamental reverter a perda de receita dos últimos anos, especialmente em relação aos benefícios fiscais concedidos a empresários FOTO: Agência Brasil

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o pacote de cortes de gastos do governo federal já está finalizado e que o anúncio será feito em breve. Durante entrevista à emissora CNBC, gravada na sexta-feira (15) e exibida no domingo (17) o ministro revelou que as medidas fiscais foram definidas em conjunto com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas ainda aguardam a resposta de um ministério para serem totalmente formalizadas.

“Está fechado com o presidente o conjunto de medidas. Nós vamos anunciar brevemente, porque está faltando a resposta de um ministério”, disse Haddad, ao ser questionado sobre o andamento do pacote.

Quando indagado sobre qual ministério estava pendente, Haddad especificou: “Posso. O Ministério da Defesa. Nós tivemos boas reuniões com o ministro José Múcio e com os comandantes das forças”. Segundo o ministro, o presidente Lula solicitou que as medidas fiscais incluam ajustes que busquem corrigir distorções e garantir o crescimento sustentável do Brasil, sem comprometer a credibilidade do arcabouço fiscal.

O ministro também destacou que o objetivo do governo é evitar distorções que possam fragilizar a confiança no cumprimento das metas fiscais. “O objetivo é que o Brasil continue crescendo, com sustentabilidade. Porque, se você tiver distorções, o arcabouço fiscal pode perder credibilidade, e o pessoal falar: olha, o governo está saindo do acordado”, afirmou Haddad.

De acordo com o ministro, as medidas focam principalmente na evolução da despesa pública. Ele explicou que o governo buscará um crescimento controlado dos gastos, dentro das regras fiscais, para garantir a sustentabilidade das finanças públicas. “Nossa opção é a primeira: vamos colocar dentro das regras para garantir a sustentabilidade do que foi pactuado com a sociedade”, disse.

Haddad também abordou a chamada “agenda de combate ao gasto tributário”, que, segundo ele, busca corrigir distorções no sistema fiscal, como a falta de impostos pagos por pessoas com alta renda. “Nós herdamos dez anos de déficit público que impediu o Brasil de crescer como nós gostaríamos, como ele está crescendo agora. Nós queremos crescimento robusto e sustentável: com baixa inflação, geração de empregos e oportunidades”, afirmou.

O ministro ressaltou que é fundamental reverter a perda de receita dos últimos anos, especialmente em relação aos benefícios fiscais concedidos a empresários, e buscar um crescimento moderado da despesa pública. “Nós precisamos virar essa página. Então, nós precisamos fazer com que a despesa cresça num ritmo moderado e a receita seja recomposta, porque se perdeu muito da receita, dando benefício para empresário”, completou Haddad.

O ministro finalizou destacando que as medidas fiscais visam garantir a estabilidade econômica e possibilitar a queda dos juros no país, aproveitando o atual cenário de desenvolvimento. “Nós estamos trabalhando no plano da despesa, moderar a expansão, para caber dentro das regras fiscais, e do ponto de vista da receita, recompor o que foi perdido ao longo desses dez anos”, concluiu.

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