A Companhia de Água e Esgoto do Ceará (Cagece) teve uma participação de destaque na Cúpula Mundial sobre Transição Energética, um dos eventos mais prestigiados sobre o tema no cenário global. Pela primeira vez realizado no Brasil, o encontro aconteceu no Centro de Eventos do Ceará (CEC), em Fortaleza, reunindo especialistas de renome, grandes players do setor, investidores e profissionais de relevância nacional e internacional.

Thiago Dantas, ao centro, tem forte atuação na área de PD&I da Cagece

Durante o painel ‘Eletrificação e eficiência: Fundações da revolução energética’, o engenheiro químico Thiago Martins Dantas, da Gerência de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) da Cagece, apresentou um panorama das ações da companhia e dos desafios dos impostos pelo Novo Marco Legal do Saneamento. Eles envolvem tanto a urgência da universalização dos serviços de água e esgoto quanto a necessidade de reduzir as emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE).

“O saneamento é um dos principais setores afetados pelas mudanças climáticas e sabemos que as companhias são grandes consumidoras de energia. Diante disso, a Cagece vem desenvolvendo tecnologias adaptadas para conseguir gerar energia limpa no setor de saneamento do Ceará. A companhia trabalha hoje com inovações em diferentes caminhos para trazer redução de custos, dos de energia e dos gases de efeito estufa. Tudo isso pensando em converter passivos ambientais em ativos econômicos”, afirma.

Iniciativas de destaque

O engenheiro da Cagece detalhou projetos emblemáticos da companhia que aliam transição energética e eficiência operacional, como: geração de energia por biogás e lodo, aproveitando resíduos do saneamento; produção de água de reuso para o Polo de Hidrogênio Verde do Ceará, contribuindo para a expansão de uma economia de baixo carbono; instalação de painéis solares nas unidades operacionais da empresa; aquisição de energia renovável por meio do Mercado Livre de Energia. Outras estratégias que reforçam o compromisso com a sustentabilidade.

Desafios

Ele ainda ressaltou a importância de avanços regulatórios e tecnológicos para o setor de saneamento no Brasil alcançar uma transição energética sustentável. “Hoje em dia é muito complicado produzir biogás e gerar energia em estações de tratamento de efluentes. A gente tem pouquíssimas regulações para essas unidades. E precisamos também de tecnologia nacional com o porte e com as especificidades de como funciona o saneamento no Brasil”, revela.

E destacou o papel estratégico do setor de saneamento na redução de emissões de GEE. Atualmente, 1,05% das emissões de CO² equivalentes no Brasil são provenientes do esgotamento sanitário, composto, em grande parte, por metano – um gás 28 vezes mais nocivo que o dióxido de carbono. “O metano gerado durante o tratamento do esgoto pode ser capturado para gerar energia renovável. Isso não apenas reduz as emissões em larga escala, mas também aproveita um recurso valioso que, de outra forma, seria desperdiçado“, completa Thiago Dantas.

A participação da Cagece na Cúpula Mundial sobre Transição Energética reforça o protagonismo da companhia na busca por soluções sustentáveis ​​e inovadoras, consolidando o Ceará como referência neste segmento no Brasil. A empresa reafirma seu compromisso com o desenvolvimento de tecnologias que conciliem o crescimento econômico, a responsabilidade ambiental e o bem-estar social.