APONTA FGV
Confiança da indústria cresce em dezembro e atinge 99,6 pontos
Por Redação - Em 26/12/2024 às 8:51 AM
O Índice de Confiança da Indústria (ICI) apresentou uma leve recuperação de 1,0 ponto na passagem de novembro para dezembro, encerrando 2024 com 99,6 pontos, segundo dados divulgados nesta quinta-feira, 26, pela Fundação Getulio Vargas (FGV). No entanto, o resultado não foi suficiente para evitar um recuo acumulado de 0,3 ponto na média móvel trimestral, marcando o terceiro declínio consecutivo nessa métrica.
Apesar da melhora no ICI, a composição do índice revelou um cenário misto. O Índice de Situação Atual (ISA) apresentou uma queda de 1,0 ponto, indicando uma piora no cenário presente da indústria. Já o Índice de Expectativas, que mede as perspectivas para os próximos meses, registrou um avanço mais expressivo de 3,1 pontos, sugerindo uma visão mais otimista sobre o futuro do setor. No entanto, as expectativas mais favoráveis estão concentradas, principalmente, nos segmentos relacionados aos bens de consumo.
O economista do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre) da FGV, Stéfano Pacini, ressaltou que, embora as expectativas tenham mostrado melhora, os indicadores sobre a situação atual, incluindo o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci), indicam um ritmo mais fraco para a indústria no fechamento de 2024. “Os indicadores sobre a situação atual apresentam piora disseminada e sugerem um ritmo mais fraco do setor no encerramento do ano. Por outro lado, as expectativas estão melhores, mas concentradas em categorias específicas”, afirmou Pacini.
Outro dado relevante foi a queda no Nuci, que recuou 0,5 ponto porcentual em dezembro, atingindo 81,1% da capacidade instalada, o menor nível desde fevereiro de 2024 (80,8%). Essa redução aponta uma utilização abaixo do ideal, refletindo o enfraquecimento da atividade industrial nos últimos meses.
Pacini também observou que o cenário macroeconômico continuará a impactar a indústria em 2025, especialmente em relação ao ciclo de alta da taxa de juros adotado pelo Banco Central para controlar as pressões de custos. Esse movimento, segundo ele, representa um “desafio” para o setor no próximo ano, dificultando uma recuperação mais robusta da indústria.