Apesar da pressão sobre os custos, o emprego no setor de serviços teve um crescimento expressivo, o maior desde agosto FOTO: Freepik

O setor de serviços no Brasil apresentou em dezembro o menor crescimento do ano, com o Índice de Gerentes de Compras (PMI) da S&P Global marcando 51,6, uma queda em relação aos 53,6 de novembro. Este é o segundo mês consecutivo de desaceleração, mas o indicador permanece acima da marca de 50, que separa crescimento de contração. No auge do ano, em julho, o PMI chegou a 56,4.

Apesar da queda no crescimento, o setor ainda registrou a 15ª alta consecutiva na captação de novos negócios. No entanto, a taxa de expansão foi a mais baixa desde agosto. O índice de confiança nas empresas de serviços, que reflete as expectativas para o futuro, atingiu seu nível mais baixo em mais de três anos e meio, com os empresários mostrando apreensão quanto às perspectivas de crescimento.

O aumento dos custos de insumos foi um fator significativo para a desaceleração, com as despesas das empresas do setor registrando a maior alta em 29 meses. A desvalorização do real e o aumento nos custos com salários foram apontados como principais responsáveis pelo encarecimento dos insumos. Consequentemente, os preços cobrados pelos serviços aumentaram, marcando o 50º mês consecutivo de alta.

Apesar da pressão sobre os custos, o emprego no setor de serviços teve um crescimento expressivo, o maior desde agosto, impulsionado por reestruturações internas, resiliência na demanda e a conquista de novos clientes.

O setor de serviços, que tem o maior peso no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, segue como um dos principais motores da economia. No entanto, o crescimento vem gerando preocupações sobre a aceleração da inflação, especialmente diante do ciclo de aperto da política monetária pelo Banco Central.

O PMI Composto, que inclui também a produção industrial, registrou uma queda de 53,5 em novembro para 51,5 em dezembro, o menor nível do ano, refletindo a desaceleração mais ampla da economia.