De acordo com o vice-presidente, o fluxo de comércio entre Brasil e Estados Unidos atingiu quase US$ 80 bilhões no ano passado FOTO: Agência Brasil

O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Geraldo Alckmin, declarou, nesse domingo (19), que o Brasil representa uma “solução”, e não um “problema”, para os Estados Unidos no âmbito comercial. Em entrevista ao jornal Valor Econômico, Alckmin enfatizou a importância do comércio bilateral entre os dois países, destacando que as relações comerciais estão em um caminho de crescimento, com oportunidades em várias áreas estratégicas, mesmo com a possibilidade de Donald Trump retornar à Casa Branca.

De acordo com o vice-presidente, o fluxo de comércio entre Brasil e Estados Unidos atingiu quase US$ 80 bilhões no ano passado, com superávit para os americanos. “Somos solução para eles”, afirmou Alckmin, destacando que o Brasil compra mais do que vende para os Estados Unidos. Ele reforçou ainda a importância dos Estados Unidos como o maior investidor no Brasil, lembrando que as relações entre as duas nações remontam a 200 anos, construindo uma amizade sólida que beneficia ambos os lados. “É um ganha-ganha”, completou.

Alckmin também abordou as áreas de potencial expansão no comércio entre os dois países, citando setores como inteligência artificial, energia renovável, minerais críticos, infraestrutura, tecnologia da informação e semicondutores como grandes oportunidades de colaboração.

Outro ponto destacado pelo vice-presidente foi o estilo de governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, segundo ele, é um “homem de diálogo”. Alckmin lembrou que Lula já governou em parceria com o republicano George W. Bush, com quem teve uma boa relação. “É preciso separar relações de Estado das questões partidárias”, afirmou, garantindo que o Brasil continuará trabalhando para fortalecer a relação com os Estados Unidos, independentemente das mudanças políticas no país norte-americano.

Sobre as questões tarifárias, Alckmin afirmou que o Brasil “não tem um imposto de importação tão elevado” e que o MDIC adota uma postura “cautelosa” diante das preocupações globais com a defesa das empresas e empregos nacionais. Ele ainda disse que será necessário aguardar o início do novo mandato de Trump para avaliar quais serão os reais impactos das políticas comerciais adotadas por um eventual retorno do republicano à presidência.

Em um cenário de incertezas políticas internacionais, Alckmin demonstrou confiança na continuidade da parceria estratégica entre Brasil e Estados Unidos, baseada em uma longa história de colaboração e em um comércio bilateral em constante expansão.