RELAÇÕES EXTERIORES

“Trump pode falar o que quiser”, diz Itamaraty

Por Redação - Em 21/01/2025 às 3:13 PM

Donald Trump

O novo governo dos Estados Unidos, sob a liderança de Trump, ainda gera expectativas quanto ao impacto de suas políticas externas

Em entrevista coletiva no Palácio do Planalto nesta terça-feira (21), a secretária-geral do Ministério das Relações Exteriores, Maria Laura da Rocha, afirmou que o Brasil irá avaliar com cautela as declarações do novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A diplomata comentou sobre as primeiras palavras de Trump após sua posse, no dia 20 de janeiro, quando o mandatário americano afirmou que os EUA não necessitam do Brasil nem da América Latina.

Maria Laura, que comanda o Itamaraty interinamente enquanto o ministro Mauro Vieira está ausente, ressaltou que o governo brasileiro respeita a posição do presidente eleito dos EUA, mas adotará uma postura de análise cuidadosa das ações que venham a ser tomadas pelo novo governo. “O presidente Trump pode falar o que ele quiser, ele é presidente eleito nos Estados Unidos e nós vamos analisar cada passo das decisões que forem sendo tomadas pelo novo governo. Mas acredito que, como somos um povo que acredita, que tem fé na vida, que tudo vai dar certo sempre. Nós vamos procurar trabalhar não as nossas divergências, mas as nossas convergências, que são muitas”, declarou.

A declaração foi dada durante um evento que teve como objetivo anunciar a nomeação de André Corrêa do Lago como presidente da Conferência do Clima (COP30), que será realizada em Belém (PA). A cerimônia também contou com a presença da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e de outros representantes do governo, que destacaram a importância da COP30 no cenário internacional.

Embora a relação entre o Brasil e os EUA tenha atravessado momentos de tensão nos últimos anos, a diplomacia brasileira busca focar nas áreas de interesse mútuo, como meio ambiente, comércio e segurança. A postura do governo brasileiro, segundo Maria Laura, é procurar reforçar as convergências e trabalhar em questões de interesse comum, independentemente das divergências políticas.

O novo governo dos Estados Unidos, sob a liderança de Trump, ainda gera expectativas quanto ao impacto de suas políticas externas, principalmente no que tange a questões climáticas e comerciais. A escolha de André Corrêa do Lago para presidir a COP30, evento que ocorre em meio ao crescente debate sobre mudanças climáticas, pode ser vista como um indicativo da importância que o Brasil atribui à preservação ambiental, buscando manter sua relevância no cenário internacional, mesmo diante de desafios diplomáticos.

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