PRODUTIVIDADE

Governo espanhol avança com redução da jornada de trabalho para 37,5 horas semanais

Por Redação - Em 07/02/2025 às 1:01 AM

Espanha

Especialistas alertaram que a redução dos custos trabalhistas poderia contribuir para o aumento da inflação e a diminuição da criação de empregos

Os ministros espanhóis aprovaram, na última terça-feira (4), a redução da jornada de trabalho semanal de 40 para 37,5 horas, sem alteração de salário, uma medida do governo de coalizão liderado pelo partido socialista. A proposta, que foi elaborada pela ministra do Trabalho, Yolanda Díaz, visa aumentar a produtividade e eficiência econômica, segundo sua declaração.

A medida ainda precisa ser aprovada pelo parlamento, onde o governo não tem maioria clara e depende do apoio de outros partidos para aprovar a legislação. A proposta de redução da jornada de trabalho foi uma das prioridades de Yolanda Díaz, que também é vice-primeira-ministra, e um ponto central para o apoio de seu partido, Sumar, ao governo de Pedro Sánchez.

O plano enfrenta oposição de diversos setores. O partido separatista catalão Junts já se mostrou resistente à medida. A principal associação de empregadores da Espanha, CEOE, também se posicionou contra, argumentando que a redução aumentaria os custos das empresas e tornaria a economia espanhola menos competitiva. A CEOE ainda defende que a jornada de trabalho seja negociada diretamente com as empresas, e não imposta por lei.

O ministro da Economia, Carlos Cuerpo, também se mostrou contrário à proposta, sugerindo um adiamento de um ano para dar mais tempo às pequenas empresas de se adaptarem. Cuerpo foi acusado por Díaz de apoiar os interesses dos empregadores.

Especialistas, como o Banco Central da Espanha e o ex-ministro da Economia, alertaram que a redução dos custos trabalhistas poderia contribuir para o aumento da inflação e a diminuição da criação de empregos.

Após a aprovação do gabinete, Cuerpo afirmou que, apesar da resistência de algumas empresas, o contexto econômico da Espanha, com crescimento econômico, inflação em queda e taxa de desemprego baixa, poderia ajudar na adaptação à mudança.

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