Em um movimento estratégico para fomentar a revitalização urbana e a modernização de edifícios antigos no Brasil, a Caixa Econômica Federal anunciou o lançamento de uma linha de crédito imobiliário voltada para incorporadoras com projetos de retrofit. A nova modalidade trará condições diferenciadas em relação ao financiamento tradicional para produção de imóveis novos, consolidando o banco como protagonista nesse nicho do setor.

Retrofit de prédios antigos terá financiamento para compra dos imóveis pelas incorporadoras                                                                 Foto: Divulgação TPA

O lançamento ocorreu durante um evento sobre retrofit promovido pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscon-SP), reforçando o compromisso da Caixa em apoiar iniciativas que valorizem e modernizem edificações antigas. “Como banco da habitação, temos estudado bastante o tema para apoiar o setor“, afirma Reinaldo Mazzocato, gerente de Clientes e Negócios de Habitação para Pessoa Jurídica. “A Caixa será a grande parceira do retrofit. Assim como dominamos outros mercados, queremos dominar este”.

O diferencial dessa nova linha de crédito é a possibilidade de utilização dos recursos não apenas para a aquisição do terreno, mas também do imóvel original que passará por reforma – um aspecto inovador em relação às linhas tradicionais, onde o financiamento se limita ao terreno. “Vamos financiar o incorporador na aquisição do imóvel que será retrofitado“, destaca Mazzocato.

Taxas competitivas

A nova modalidade contará com recursos provenientes do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), além de opções de crédito com recursos livres. As taxas de juros serão competitivas e abaixo das praticadas pelo mercado, embora detalhes específicos sobre os valores e condições ainda não tenham sido divulgados.

Outra grande vantagem desse financiamento é a antecipação de até 50% do valor dos recursos para o incorporador, significativamente superior ao limite de 10% estabelecido nas linhas tradicionais. “Hoje em dia, há um deslocamento do fluxo do incorporador, com desembolsos concentrados no início do projeto. O objetivo da Caixa é fornecer mais recursos onde for necessário para o retrofit”, explica.

Com essa iniciativa, a Caixa reforça seu papel como agente indutor do desenvolvimento urbano e da sustentabilidade imobiliária, incentivando a requalificação de edificações existentes e ampliando as possibilidades de investimento para incorporadoras. O retrofit se consolida, assim, como uma estratégia essencial para a revitalização das cidades brasileiras, aliando conservação histórica, eficiência energética e valorizacão imobiliária.