Projeto da embarcação movida a hidrogênio verde – foto: divulgação

A primeira embarcação brasileira movida a hidrogênio verde será um dos destaques da COP30, que acontece em novembro, em Belém, no Pará. O evento, promovido pela Organização das Nações Unidas (ONU), reunirá líderes mundiais para debater ações climáticas e estratégias para a redução das emissões de carbono. O projeto, desenvolvido pelo Grupo Náutica e Parque Tecnológico Itaipu, representa um avanço na descarbonização do transporte marítimo, operando com eficiência energética e impacto ambiental reduzido.

Batizados de Explorer H1 e Explorer H2, os barcos serão pioneiros no setor. A Explorer H1, com 36 metros de comprimento, está sendo adaptada no Estaleiro INACE, em Fortaleza (CE), enquanto a Explorer H2, com 50 metros, está em construção no Estaleiro do Arpoador, no Guarujá (SP). O investimento no projeto soma R$ 150 milhões e conta com tecnologia da empresa chinesa GWM para o desenvolvimento do hidrogênio verde.

Além da inovação energética, as embarcações servirão como laboratórios flutuantes para pesquisas ambientais e educação sobre a preservação dos biomas brasileiros. Segundo Ernani Pacionik, presidente do Grupo Náutica, a proposta visa demonstrar a viabilidade da tecnologia no setor, incentivando a adoção de alternativas sustentáveis no transporte.

A transição energética no setor marítimo é fundamental para a redução de emissões de carbono, responsáveis por cerca de 3% do total global, segundo a Organização Marítima Internacional (IMO). Com eficiência entre 48% e 62%, o motor movido a hidrogênio verde supera os modelos a combustíveis fósseis, que alcançam no máximo 30% de aproveitamento energético.

A primeira embarcação deverá ser apresentada em outubro, como parte do cronograma de preparação para a COP30.