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Investimentos estrangeiros no Brasil crescem e atingem US$ 9,3 bilhões em fevereiro
Por Redação - Em 26/03/2025 às 11:23 AM

O crescimento foi impulsionado, principalmente, pela participação no capital de empresas, que recebeu US$ 5,6 bilhões
O Brasil viu um forte aumento nos investimentos diretos estrangeiros em fevereiro de 2025, com um ingresso líquido de US$ 9,3 bilhões, superando os US$ 5,3 bilhões registrados no mesmo período de 2024. O dado foi divulgado pelo Banco Central nesta quarta-feira (26) e é considerado um dos melhores da série histórica, que começou em 1995. Os únicos meses com resultados superiores a esse valor ocorreram em 2011, 2021 e 2022.
Esse crescimento nos investimentos foi impulsionado, principalmente, pela participação no capital de empresas, que recebeu US$ 5,6 bilhões, além das operações intercompanhia, que somaram US$ 3,7 bilhões. Em um período de 12 meses, o investimento direto no Brasil atingiu US$ 72,5 bilhões, representando 3,38% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional.
Os investimentos em carteira também apresentaram desempenho positivo, com a entrada de US$ 3,1 bilhões em fevereiro, revertendo as saídas líquidas de US$ 4,8 bilhões observadas no mês anterior. O mercado de ações e os fundos de investimento domésticos captaram US$ 1 bilhão, enquanto os títulos de dívida no mercado interno somaram US$ 48 milhões. A emissão de títulos soberanos no mercado externo contribuiu com mais US$ 2,5 bilhões.
Apesar do bom desempenho nos investimentos, o comércio exterior do Brasil apresentou um desequilíbrio. A balança comercial registrou um déficit de US$ 979 milhões em fevereiro, impactada, especialmente, pelas importações mais altas, incluindo a aquisição de uma plataforma de petróleo no valor de US$ 2,7 bilhões. Esse resultado contribuiu para o aumento do déficit em transações correntes, que alcançou US$ 8,8 bilhões no mês e US$ 70,2 bilhões no acumulado de 12 meses, representando 3,28% do PIB.
O déficit em transações correntes ocorre quando o país gasta mais com o exterior do que recebe, o que pode ser causado por importações maiores, pagamentos de serviços ou remessas de lucros para investidores estrangeiros. Para manter o equilíbrio econômico, esse déficit precisa ser compensado por investimentos externos ou empréstimos.
Mudanças no Imposto de Renda
Em meio a esse cenário de fluxos financeiros e desafios econômicos, o governo brasileiro acredita que a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda para pessoas com renda de até R$ 5 mil não terá impacto negativo nos investimentos estrangeiros no país. A proposta enviada pelo Ministério da Fazenda ao Congresso Nacional inclui a retenção de 10% sobre os dividendos remetidos ao exterior e a criação de um tributo progressivo para quem ganha mais de R$ 50 mil por mês.
O secretário de Reformas Econômicas, Marcos Pinto, expressou confiança de que as mudanças não afetarão negativamente os investimentos estrangeiros, ressaltando que a proposta foi bem recebida pelo mercado, incluindo a bolsa de valores brasileira, que demonstrou otimismo com as propostas.
Enquanto o Brasil continua a atrair investimentos externos e tenta lidar com os desafios no comércio exterior e no setor fiscal, as autoridades econômicas seguem monitorando os impactos de suas políticas para garantir a continuidade do crescimento econômico e a estabilidade das finanças do país.
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