Foto: Agência Brasil

O governo Lula atravessa um dos momentos mais críticos de seu terceiro mandato, com a desaprovação superando pela primeira vez a aprovação. A pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta segunda-feira, 27, revelou que 49% dos brasileiros desaprovam a gestão do presidente, enquanto 47% a aprovam. Esse cenário reflete uma combinação de crises econômicas, políticas e de comunicação, cujos efeitos têm sido sentidos diretamente pela população. Entre os principais fatores de desgaste, a alta nos preços dos alimentos se destaca, afetando especialmente as classes mais vulneráveis, o que tem pressionado o governo a buscar soluções.

No último fim de semana, o presidente Lula se esforçou para explicar a situação ao gravar um vídeo em uma horta na Granja do Torto, no qual afirmou que está trabalhando para conter a inflação dos alimentos. No entanto, uma declaração controversa do ministro Rui Costa, que gerou especulações sobre uma possível interferência estatal no preço dos alimentos, causou instabilidade nos mercados e agravou ainda mais a percepção de inação por parte do governo. Além disso, a crise política e econômica se intensificou com as mudanças no sistema de Pix, que causaram uma onda de desinformação nas redes sociais e forçaram o Planalto a recuar, o que expôs falhas de comunicação e afetou a imagem do governo.

A situação econômica também tem pesado, com a alta do dólar e dos juros pressionando o custo de vida e enfraquecendo o ambiente de investimentos. A falta de uma agenda clara que dialogue tanto com o mercado quanto com a população tem dificultado o trabalho do governo, que se vê cada vez mais distante de conseguir recuperar a confiança popular. No campo político, a fragilidade nas relações com o Congresso e a dificuldade para avançar com reformas estruturantes complicam ainda mais o cenário, dando espaço para a oposição ganhar terreno e explorar os erros do governo.

O momento exige respostas rápidas e eficazes. Com a crescente desaprovação e a instabilidade política e econômica, surgem dúvidas sobre a capacidade do governo de retomar a confiança da população e se posicionar de forma competitiva para as eleições de 2026. Informações veiculadas pela imprensa sugerem até mesmo que o presidente Lula possa não ser candidato à reeleição, o que evidencia a gravidade da crise interna que o governo enfrenta.