A Polícia Civil do Ceará, por meio da Delegacia de Proteção ao Turista (Deprotur), com o apoio da Polícia Militar, está investigando o assalto ao um veleiro de bandeira do Panamá, mas pertencente a um empresário brasileiro, que foi assaltado neste fim de semana quando estava ancorado nas proximidades da orla da capital cearense, a cerca de 450 metros do calçadão da Avenida Beira Mar. O fato chama a atenção para que as pessoas que viajam em veleiros ou outras embarcações procurem um local seguro para ancorar, como o Iate Clube de Fortaleza ou o Marina Park Hotel.

Veleiro estaca ancorado a cerca de 450 metros da Avenida Beira Mar               Foto: Divulgação

De acordo com informações prestadas pela tripulação do veleiro – composta por um alemão e dois brasileiros -, a ação criminosa ocorreu na madrugada deste domingo (5), quando um grupo de quatro a seis homens armados invadiu a embarcação e anunciou o assalto. Sem ter como reagir, eles foram dominados e obrigados a entregar celulares, tablets, dinheiro e alguns equipamentos náuticos.

Para fugir, os bandidos ainda levaram o bote salva-vidas que pertencia ao veleiro. Depois do ocorrido a Polícia foi acionada e deu início às investigações. Nesta segunda-feira, um trabalho em cojunto entre as equipes da Deprotur, sob o comando do delegado Andrade Júnior, além de policiais do BPTur e do 8º BPM, conseguiu recuperar quatro celulares, dois tablets e duas pistolas de sinalização que haviam sido roubadas, na comunidade do Castelo Encantado. As investigações continuam para identificar e prender os assaltantes.

Capitania dos Portos

De acordo com o capitão de Mar e Guerra Anderson Pessoa Valença, Capitão dos Portos do Ceará, ao ser realizada a inspeção naval foi constatado que a embarcação estava sem o transponder, equipamento que indentifica o seu tipo, origem e destino. Esse equipamento teria sido fundamental para o aviso à autoridade marítima da chegada da embarcação, que poderia ter  orientado com relação a algumas questões de segurança.

Capitão dos Portos Anderson Valença destaca os cuidados na chegada às cidades

A Capitania dos Portos do Ceará tem como missão a segurança do tráfego aquaviário, a salvaguarda da vida humana nas águas e a prevenção da poluição hídrica por parte de embarcações e plataformas. Além disso, presta apoio à navegação e contribui para a orientação, coordenação e controle das atividades relativas à Marinha Mercante e organizações correlatas no Ceará. É responsável pela fiscalização dos serviços de praticagem, realiza inspeções navais e vistorias, auxilia o Serviço de Salvamento Marítimo, realiza cursos do Ensino Profissional Marítimo e manutenção dos faróis do litoral cearense.

O Capitão dos Portos do Ceará destacou que nas cartas náuticas existe um alerta de perigo para o fundeio de embarcações na orla de Fortaleza. Entretanto, muitos condutores não acreditam nesse aviso e acabam sendo vítimas dos criminosos que atuam na região.

“Não é adequado ancorar em qualquer local. É importante conhecer a área pela qual vai navegar e ter os equipamentos de segurança e de comunicação em bom estado de funcionamento. Se o transponder estivesse ligado, poderíamos tê-los alertado para que ancorassem em local com maior segurança”, destacou.

Ainda de acordo com o Comandante Valença, esse é um fato que acontece de modo esporádico, quando a embarcação fundeia em local não adequado. “Entendo que é muito ruim para Fortaleza, que poderia ter uma estrutura de segurança melhor para as embarcações que desejassem parar próximas às nossas praias, pois nossa posição geográfica é estratégica, por exemplo, para os que pretendem vir ou ir via embarcações para os Estados Unidos, Europa, Caribe, África, entre outros“, lamentou.