Foto: Agência Brasil / Tânia Rêgo

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) declarou nesta segunda-feira, 25, que nunca cogitou aplicar um golpe de Estado para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2023. Em entrevista concedida ao retornar a Brasília para reuniões com seus advogados, Bolsonaro afirmou que todas as ações de seu governo foram pautadas pela Constituição.

“Golpe de Estado tem que ter a participação de todas as Forças Armadas, senão não é golpe. Não se faz isso com um general da reserva e alguns oficiais. Da minha parte, nunca houve discussão de golpe”, disse Bolsonaro, respondendo às acusações do inquérito da Polícia Federal que o apontam como líder de um plano para permanecer no poder. Ele destacou ter estudado “todas as medidas possíveis dentro das quatro linhas”.

O relatório da PF, enviado ao STF na última semana, acusa Bolsonaro e outras 36 pessoas, incluindo generais e ex-ministros, de crimes como abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa. Entre os citados estão Augusto Heleno, Braga Netto e o presidente do PL, Valdemar Costa Neto.

O documento também indica que Bolsonaro teria conhecimento de um plano para assassinar Lula, Geraldo Alckmin e o ministro Alexandre de Moraes. A pena máxima dos crimes chega a 28 anos de prisão.

Bolsonaro rejeitou as acusações, afirmando que “golpe” nunca fez parte de seu vocabulário. “Os problemas do Brasil podem ser resolvidos dentro da Constituição”, concluiu o ex-presidente, que permanece em Brasília para discutir os próximos passos de sua defesa.