SEMINÁRIO INTERNACIONAL
Camilo Santana afirma que o Ceará é a casa do Hidrogênio Verde do mundo
Por Marcelo - Em 14/10/2021 às 5:18 PM
O governador Camilo Santana ressaltou nesta quinta-feira (14), durante a abertura do Seminário Internacional Hidrogênio Verde no Ceará, a importância dessa matriz energética para o Estado. “A casa do hidrogênio verde no mundo será o Ceará e nós vamos trabalhar fortemente para isso”, garantiu. Realizado no Centro de Eventos do Ceará, o evento é uma realização da Editora Globo, transmitido pelas redes sociais do Valor Econômico.
O encontro destacou as vantagens competitivas do Ceará para a implantação do Hub de produção e exportação de Hidrogênio Verde, uma energia que se apresenta como a mais limpa para diminuir a emissão de carbono e, com isso, garantir um futuro sustentável para o planeta. De acordo com o estudo “Scaling Up”, do Hydrogen Council, até 2050 o hidrogênio vai representar 18% de toda a energia consumida em todo o mundo.
Para discutir o tema, o evento reuniu especialistas nacionais e internacionais, incluindo o embaixador da União Europeia, Ignácio Ybánez, além de representantes de multinacionais e instituições que já atuam no desenvolvimento de fontes de energia renovável a nível regional e mundial. Também estiveram presentes na abertura os secretários Artur Bruno (Sema); Maia Júnior (Sedet); o presidente da Assembleia Legislativa, Evandro Leitão; o presidente da FIEC, Ricardo Cavalcante, e o reitor da Universidade Federal do Ceará, Cândido Albuquerque.
Para o embaixador da União Europeia, o diálogo proposto colabora para uma pactuação e reflexão coletiva direcionada às mudanças climáticas e a proteção do meio ambiente. “O momento não poderia ser mais propício para lançar um encontro estratégico em um super ano para o clima, com vistas para a COP 2026, em Glasgow, sobre mudanças climáticas, e na COP 2015, em Kunming, sobre biodiversidade. Os dois eventos vão ser uma oportunidade crucial para a comunidade internacional se juntar e assumir medidas concretas para conter as alterações climáticas. O Brasil e a União Europeia serão parceiros-chave para as negociação”, avaliou Ybánez.
O Ceará, segundo o embaixador, é um dos protagonistas nesse contexto de descarbonização e digitalização da economia mundial. “O zero líquido (relacionado à emissão de dióxido de carbono) é uma oportunidade tão grande de transformação econômica tanto aqui no Brasil como lá, na União Europeia. E os estados como o Ceará desempenham um papel fundamental na definição de suas próprias políticas de transição energética”, completou Ignácio Ybánez.
“Compreendemos que o Hidrogênio Verde pode ter um papel de transformar, do ponto de vista das mudanças climáticas e dos acordos internacionais, e contribuir para o planeta, mas também a nossa estratégia é de redução da pobreza. Porque, a partir do momento em que a gente cria uma estratégia de gerar energia solar lá no Interior, para que ele possa atender essa demanda da energia de hidrogênio, conseguimos desconcentrar e reduzir a pobreza”, justificou Camilo Santana.
O Ceará, caracterizado pela boa localização, sol, vento forte e vasto litoral, cria um ambiente positivo para a consolidação de projetos inovadores como o Hub de H2V. Mas, além dos recursos naturais, o Estado também revela organização e capacidade de investimento para conduzir pesquisas científicas e políticas públicas que fomentem o desenvolvimento sustentável.
Essas potencialidades se traduzem nas energias renováveis (eólica onshore, eólica offshore e fotovoltaica), na infraestrutura de logística do Complexo do Pecém, com a única Zona de Processamento de Exportação em funcionamento do Brasil, e na parceria com o Porto de Roterdã – o maior da Europa. Além disso, o Ceará, que já é um Hub aéreo, está se estruturando para ser um Hub tecnológico. No Estado, estão ancorados 16 cabos submarinos de fibra óptica, que conectam o Brasil, a partir de Fortaleza, com diversos países.
Atualmente, a capacidade de produção de energia eólica do Ceará ajuda a mitigar a crise energética no Sul e Sudeste brasileiros. “Nos últimos dez anos, o Estado criou uma ambiência extremamente importante e necessária para captar investimentos e investidores através de suas políticas públicas. E, agora, com a questão do Hidrogênio erde, nos faz ter a convicção de que estamos no caminho para que possamos, cada vez mais, crescer, nos desenvolver e fazer a nossa sociedade avançar para reduzir as desigualdades”, reforçou Evandro Leitão.
Para fortalecer a cadeia do Hidrogênio Verde, o Governo do Ceará iniciou, em fevereiro de 2021, um regime de cooperação com diversos órgãos públicos, setor produtivo e instituições de pesquisa e universidades, representadas pela UFC e Universidade Estadual do Ceará. “As academias estão prontas. A UFC e a Uece já trabalham com Hidrogênio Verde há bastante tempo, mas sabemos que o desafio é imenso. Entretanto, além de todas as condições naturais, temos a capacidade intelectual dos cearenses”, salientou Cândido Albuquerque.
A liderança assumida pelo Governo do Ceará para o setor já atraiu, segundo a Sedet, nove empresas interessadas em produzir o combustível do futuro no Estado. As australianas Enegix Energy e Fortescue, a francesa Qair, a White Martins e Neoenergia assinaram entre os meses de fevereiro e setembro. A EDP anunciou no mês passado a primeira usina de H2V do Ceará, que já deve iniciar operação em 2022.
“O governador falou em nove protocolos assinados. Tem mais um para ele assinar amanhã, dois que ele assinará no fim do mês durante viagem que deverá empreender ao exterior e mais quatro, totalizando 16 empresas, a quem eu quero agradecer a confiança, e passar a mensagem que acreditem na firmeza, confiabilidade e na governança do Estado”, asseverou Maia Júnior.
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